25/11/06

"Estrela de Belém" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Deus, dizem os ingleses, está nos detalhes. É claro que, dita em inglês, qualquer banalidade fica com ares de importante, mas é verdade que o divino mora nos pequenos detalhes decisivos, nos pormenores minuciosos que os comuns mortais desvalorizam em favor das grandes generalidades. Perdido no meio do calendário do FC Porto entre adversários como o Benfica, o Sporting, o CSKA ou o Arsenal, o jogo com o Belenenses parece um detalhe sem grande importância, um pormenor inconsequente e irrelevante. Contudo, são precisamente pequenos pormenores como esse que fazem as grandes diferenças. Cumprir a tradição de ganhar em Belém, uma semana antes de Benfica e Sporting se encontrarem no último clássico da primeira volta do campeonato, pode permitir ao FC Porto cavar definitivamente um fosso para os principais perseguidores, ou pelo menos reduzir a dois intervenientes a discussão pelo primeiro lugar, assegurando alguma tranquilidade na frente interna antes da decisiva recepção ao Arsenal para a discussão do futuro na Europa. Mais do que isso, no contexto de um campeonato reduzido a 16 equipas e no qual a margem de erro é menor, porque mais difícil de corrigir e recuperar, o jogo de Belém pode acabar por se revelar tão ou mais decisivo do que qualquer clássico. Para isso, para o tornar de facto importante, o FC Porto tem que o ganhar. Outro resultado qualquer, devolve-o à sua insignificância de pormenor inconsequente, de vírgula a meio do calendário portista. Deus, dizem os ingleses, está nos detalhes, mas é preciso esgravatar para poder encontrá-lo.
SENSAÇÕES
Sinto o FC Porto mais estável do que Sporting e Benfica e espero que essa estabilidade se mantenha até ao fim.
Jesualdo Ferreira, treinador do FC Porto

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