17/04/08

"Exageros" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Reza a lenda que, uma certa manhã de 1897, o escritor americano Mark Twain foi surpreendido com a leitura do seu próprio obituário no "New York Journal". Com o humor que lhe era característico, o romancista enviou um telegrama ao jornal avisando: "As notícias da minha morte são muito exageradas." Mais ou menos como as notícias sobre o suposto enfarte que Pinto da Costa, presidente do FC Porto, teria sofrido ao final da manhã de terça-feira e que ele próprio desmentiu. Ainda assim, e para lá de todas as semelhanças, há algumas diferenças importantes entre o que aconteceu com Mark Twain e Pinto da Costa. No final do século XIX, as comunicações eram lentas e a confirmação ou despistagem de eventuais rumores muito mais complicadas. Hoje, há telefones e telemóveis e rádios e televisões e internet. Há milhares de maneiras de confirmar uma notícia tão grave e potencialmente desestabilizadora, especialmente na antecâmara de um jogo importante, como a que percorreu o País e fez fervilhar as redacções de Norte a Sul e vice-versa. Por outro lado, hoje a pressão para ser o primeiro a dar a notícia, seja lá que notícia for, é cada vez maior. E é com essa urgência que se explica a falta de rigor da notícia que pôs Pinto da Costa no hospital da Luz, a ser assistido por um eventual enfarte, no mesmo instante em que o presidente do FC Porto almoçava num restaurante da Mealhada. Pelo menos, essa é a explicação mais razoável. Há outras, menos simpáticas. Afinal, depois dos últimos 25 anos, não falta quem queira ver Pinto da Costa pelas… costas. Para já, contudo, as notícias do enfarte do presidente do FC Porto são muito exageradas.

Sem excepções
Queremos ganhar ao Benfica sempre.
Bosingwa, jogador do FC Porto