21/07/07

"Opções" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

As entradas de Stepanov, para o eixo da defesa, e de Ernesto Farías, para o ataque, deixam Jesualdo Ferreira com a tranquilidade de ter opções para todas as posições e para todos os sistemas de jogo possíveis e imagináveis quando ainda falta quase um mês para o início da competição. Até as dúvidas em torno da viabilidade do 4x3x3, utilizado preferencialmente na última temporada e provocadas por uma alegadas escassez de extremos fazem pouco sentido neste momento. Afinal, se é verdade que Alan e Vieirinha foram cedidos, também é certo que nenhum deles foi uma opção regular de Jesualdo Ferreira para as alas. Depois, Lisandro e Quaresma, os dois jogadores que mais vezes e melhor actuaram nessas posições na última temporada, continuam no plantel dos bicampeões nacionais. Finalmente, os portistas ainda se reforçaram com Mariano González que, segundo rezam as crónicas, pode actuar não só à esquerda, mas também à direita do ataque e ainda fizeram regressar ao plantel o marroquino Tarik, pelo que, de extremos está o plantel cheio e não é por aí que o sistema enguiça. Há certamente algumas arestas por limar antes de se chegar ao grupo de 26 jogadores com que Jesualdo Ferreira pretende atacar o tricampeonato, mas o tempo que falta até ao início da competição servirá para isso mesmo. Há, em particular, uma clara inflação do número de avançados que tornam mais ou menos inevitável a saída - definitiva ou por empréstimo - de pelo menos um ou dois deles, com os nomes de Renteria e Hélder Postiga a surgirem mais perto da porta de saída. Quanto a um figurino definitivo para os bicampeões nacionais, quer em termos de forma, quer em termos de conteúdo, as alterações no plantel e as ausências de alguns reforços no estágio de pré-temporada fazem de qualquer esboço realizado nesta altura uma obra de ficção.
PRIMUS INTER PARES
O FC Porto é um dos melhores clubes europeus.
Stepanov, reforço do FC Porto

16/07/07

Mariano González hoje no Porto

O mais recente reforço do plantel dos bicampeões nacionais, Mariano González, chega esta manhã ao Porto. O jogador que os portistas garantiram por empréstimo dos italianos do Palermo até ao final da próxima temporada, vai realizar exames médicos antes de assinar o acordo que inclui uma cláusula de opção que os portistas podem accionar por cerca de dois milhões de euros. Ontem, o jogador, natural de Tandil onde esteve a passar férias nas últimas semanas, já estava em Buenos Aires, a capital argentina, onde ia apanhar o avião para Madrid, última escala antes de viajar para Portugal aonde deve chegar às primeiras horas da manhã. Ao contrário do que se julgou possível, o jogador não deverá juntar-se ao estágio de pré-temporada que o FC Porto está a realizar na Holanda. A comitiva dos bicampeões nacionais regressa ao Porto na quinta-feira, um dia depois do último jogo de preparação integrado no estágio a disputar com os belgas do Genk, e Mariano deverá esperar pelos novos companheiros em Portugal. Certa é a sua presença no jogo de apresentação aos sócios a realizar com o Mónaco e agendado para sábado, dia 21.

"Exemplos" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Alguém me disse há muito tempo que a necessidade de dar bons exemplos às crianças tira a piada toda à meia-idade. Talvez seja por isso que tanta gente de meia-idade desiste da tentativa de dar bons exemplos. Vem isto a propósito do comportamento dos jogadores da selecção nacional de sub-20 no Mundial do Canadá. Afinal, se tivessem tido bons exemplos ao longo das suas curtas vidas desportivas, talvez os miúdos não se tivessem comportado tão mal como fazem todos os adeptos do futebol português, a maior parte dos dirigentes e até alguns treinadores. A começar pelo treinador da selecção nacional de sub-20 e da selecção nacional de sub-21, que algumas semanas antes, durante o Europeu do escalão na Holanda, foi expulso do banco e passou o resto da prova à trauliteirada aos adversários e aos árbitros - ainda que em sentido figurado, sublinhe-se - responsabilizando-os por quase tudo o que correu mal a Portugal na prova, e não foi pouco. Ora, com exemplos destes, e outros semelhantes e quase completamente transversais a todo o universo do futebol português, o que se pode exigir a um miúdo de 19 anos quando confrontrado com uma eliminação prematura, em virtude de uma derrota decepcionante, na sequência de uma exibição enfadonha, frente a um adversário frustrante? Que desate à trauliteirada aos adversários e aos árbitros, naturalmente, e que, naturalmente, por ter 19 anos e ser emocionalmente imaturo, o faça de forma literal e não tenha o bom-senso de o fazer apenas em sentido figurado. Isto tudo para dizer que os nossos sub-20, com todos os seus defeitos, são apenas o nosso reflexo e o de quem os lidera, mas com uma enorme vantagem: são novos e ainda estão muito a tempo de mudar.
Pois é
É fácil jogar com jogadores da qualidade do Quaresma.
Lino, jogador do FC Porto

15/07/07

"Raposas e chacais" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Conta-se que certo dia, andando uma raposa à toa e faminta, passou por baixo de uma videira carregada de uvas maduras e sumarentas. Sobressaltada pelo forte ronco que lhe chegou do estômago, pensou de imediato que bem lhe saberiam naquele instante para acalmar a fome. Ainda se esticou toda, focinho espetado no ar, e até se pôs em bicos de pés, o que para uma raposa não é fácil, mas nada. As uvas estavam demasiado altas para lhes poder chegar. Sem se deixar derrotar e porque era uma raposa e as raposas são bichos orgulhosos, voltou às costas à vinha com desdém e exclamou em voz alta que as uvas não prestavam, estavam verdes. E foi-se embora.
Ontem, o diário espanhol "AS", que na véspera deu conta do interesse do Real Madrid em Ricardo Quaresma acrescentando uma página de elogios fáceis à notícia, amanheceu do avesso. Afinal, diz o jornal, Quaresma não é tão bom como o tinha pintado na véspera. Tem problemas de indisciplina dentro e fora dos relvados, frequenta serões de flamengo - é cigano e não consegue resistir, explicam -, cede sob pressão, o que terá acontecido em Barcelona, por exemplo e, ainda por cima vê demasiados cartões. É um risco, garantem, e Schuster, actual treinador dos merengues e ele próprio um exemplo de bom comportamento dentro e fora dos relvados nos seus tempos como jogador, não estará na disposição de arriscar. Por outras palavras, Quaresma afinal não presta, está verde, asseguram de nariz bem empinado no ar. Mas, na verdade, todos sabemos que não é bem assim. Não é Quaresma que está verde, os espanhóis é que lhe não chegam.
Ou vai...
Vou convencer o professor a dar-me um lugar com o meu trabalho
Renteria, jogador do FC Porto