Dragões Diário 26-12-2020

Ontem, o jornal O Jogo publicou uma extensa entrevista com Matheus Uribe. Ainda no relvado do Municipal de Aveiro, o colombiano esteve à conversa com o diário desportivo sediado na Invicta e começou por revelar que a grande diferença entre os dois conjuntos na Supertaça ficou patente no trabalho de equipa. Na óptica do camisola 8 dos Dragões, o FC Porto mostrou sempre a superioridade que tem e venceu.
 
No rescaldo da quarta vitória consecutiva frente ao Benfica, Uribe explica o que está por trás desta série positiva diante do rival: Entendemos a metodologia, o que significa estar no FC Porto e jogar com esta camisola. Para o centrocampista, a humildade, a responsabilidade e a união são os segredos do colectivo portista. Ainda de acordo com o atleta natural de Medellín, os jogadores têm de se colocar na posição de um adepto, que quer ganhar sempre e, por isso, estão preparados para essa cobrança.
 
Todos os rivais jogam a 100% contra o FC Porto, considera o médio que se encontra num excelente momento de forma. Para contrariar a enorme vontade demonstrada pelos adversários contra o campeão, há que subir o nível e dar não 100, mas 200 por cento, assegura. Autor de dois remates certeiros na presente temporada, para Uribe os golos são alegria, mas o principal objectivo é outro: ganharmos, mesmo sem eu marcar, é mais gratificante ainda.
 
Em jeito de despedida, o colombiano deixa uma mensagem à Nação Porto: desfrutem desta época com as famílias e acreditem no grupo. Se num jogo ou noutro as coisas não saem tão bem, saibam que a equipa está sempre motivada e focada para conseguir os resultados. Não podem vir aos estádios, mas sentimos o apoio nas redes sociais, nas notícias e no hotel. Têm sido incríveis. Esperamos que voltem o mais rápido possível às bancadas porque fazem-nos falta, concluiu Uribe.
 
Quem volta já hoje são os detentores do triplete. Ao final da tarde, os campeões nacionais, vencedores da Taça de Portugal e da Supertaça Cândido de Oliveira regressam ao CTFD PortoGaia para dar início à preparação para a deslocação a Guimarães. O embate contra o Vitória minhoto, referente à 11ª jornada da Liga, tem pontapé de saída agendado para as 21h da próxima terça-feira no Estádio D. Afonso Henriques.

Dragões Diário 25-12-2020

Com a Supertaça Cândido de Oliveira no sapatinho, a quadra natalícia começou com uma grande alegria desportiva para toda a família azul e branca. Além dos momentos de enorme felicidade oferecidos à Nação Porto, a saborosa vitória por 2-0 em Aveiro também proporcionou uma série de marcas que passamos a destacar:
 
- O FC Porto é o rei da Supertaça. Em 42 edições da competição exclusiva do Portugal democrático, o emblema da Invicta ergueu o caneco 22 vezes, mais duas do que a soma de todos os outros vencedores. E a prova nem começou de feição para os portistas. Na edição inaugural, em 1979, os Dragões de José Maria Pedroto estrearam-se com o pé esquerdo e perderam nas Antas, frente ao Boavista, por 2-1. Desde então, o FC Porto soma 31 participações e destaca-se em todos os capítulos no livro estatístico
 
- O FC Porto venceu 11 das 12 Supertaças que disputou frente ao Benfica. Nos últimos sete embates entre rivais na competição, os Dragões mantiveram sempre a baliza fechada. A última vez que o Benfica pôde festejar contra o FC Porto na Supertaça foi há mais de 26 anos, após um golo de Paneira que de nada viria a servir. Desde então, o saldo portista fala por si: seis vitórias, um empate, 12 golos marcados e nenhum sofrido. Incontestável.
 
- Sete são também as vitórias consecutivas do FC Porto sempre que participa na Supertaça. Nas últimas sete edições em que marcou presença, o FC Porto venceu todas. Entre 2009 e 2013, os Dragões alcançaram um Penta, ao vencerem cinco Supertaças seguidas sob o comando de Jesualdo Ferreira, de André Villas-Boas, de Vítor Pereira e de Paulo Fonseca. Desde então, e já com Sérgio Conceição ao leme, os campeões nacionais somam duas participações e outras tantas vitórias.
 
- Este foi o quinto título de Sérgio Conceição enquanto treinador do FC Porto. Com o triunfo em Aveiro, o treinador portista igualou o número de conquistas que havia conseguido ao serviço do clube enquanto jogador, no final da década de 90 e na temporada 2003/04. O mister também igualou o registo vitorioso do Mestre Pedroto, de Mihály Siska, de Bobby Robson e de Fernando Santos, todos com uma mão cheia de títulos no banco portista.
 
- Detentor dos três principais troféus do futebol nacional - campeonato, Taça de Portugal e Supertaça Cândido de Oliveira - o FC Porto alcançou agora o sexto triplete da sua história, mais quatro do que Benfica e Sporting, com dois cada. A meia dúzia de plenos internos teve início em 1998, repetiu-se em 2003, 2006, 2009, 2011 e, finalmente, em 2020.
 
- Nos últimos quatro jogos com o Benfica, o FC Porto soma quatro vitórias. O triunfo de anteontem viu Sérgio Conceição igualar as marcas conseguidas por José Mourinho, pela dupla Artur Jorge/António Morais e pela tripla Otto Bumbel/Yustrich/Flávio Costa. Em 2003, 1985 e 1958, os técnicos azuis e brancos bateram o rival lisboeta pela quarta vez seguida. Nunca ninguém conseguiu ganhar cinco clássicos consecutivos na história do futebol português e dentro de três semanas temos oportunidade de o fazer.

Aconteceu a 24 Dezembro 1933

Neste dia, nove meses depois de entrar em vigor a Constituição que institucionalizou o Estado Novo, a véspera de Natal do Porto teve como momento alto o jogo de boas festas organizado pelo FC Porto. O convidado de honra foi um misto de atletas do Honved, do MTK e do Újpest, as três grandes equipas de Budapeste – numa altura em que era na Europa Central que se concentravam as grandes potências do futebol continental –, derrotado sem apelo nem agravo por 7-4. Os jornalistas da revista Stadium não tiveram dúvidas: fora a melhor exibição do ano.

Dragões Diário 24-12-2020

Sérgio Oliveira tinha avisado. Era ganhar, ganhar ou ganhar. E o FC Porto ganhou. A Supertaça é nossa e o Natal é azul e branco.
 
O FC Porto já tinha ganho a Supertaça no princípio da época e no final da temporada. Já tinha levantado o troféu nas Antas, na Luz, em Aveiro, em Coimbra, em Guimarães, em Leiria, em Vila do Conde e até em Paris. Ontem voltou a conquistá-la, pela 22ª vez, a primeira por altura do Natal, e ofereceu-a como presente a todos os portistas. Para isso, derrotou categoricamente o Benfica por 2-0.
 
Superiores do princípio ao fim, os campeões nacionais e vencedores da Taça de Portugal marcaram na primeira parte por Sérgio Oliveira, na conversão de um penálti, e na segunda por Luis Díaz, com um bonito remate com o pé esquerdo, a partir de uma posição que nem era muito favorável. Foi já sobre o minuto 90 que o resultado ficou definido, mas a supremacia azul e branca, que o 1-0 não expressava com justiça, era bem anterior.
 
Toda a equipa merece os parabéns pela conquista, mas Sérgio Conceição justifica um destaque especial. Quem o diz é Jorge Nuno Pinto da Costa – em cuja presidência o FC Porto venceu 21 das 22 supertaças que ostenta no palmarés –, que salientou que o valor da equipa foi posto em causa indevidamente e que a alma fantástica que o treinador transmite ao grupo é um dos ingredientes mais importantes do sucesso. Este espírito de união e vontade de vencer são o nosso lema é isso que nos move e nos motiva sempre e cada vez mais, concluiu o presidente mais titulado do mundo.
 
Entre dedicatórias a Pinto da Costa, aos adeptos e a familiares, Sérgio Conceição fez uma menção especial a Reinaldo Teles e sublinhou a felicidade por assistir ao triunfo de um grupo de rapazes muito humildes, que trabalham com um treinador chato e já estão vacinados com o rigor intrínseco aos valores do clube. No caso deste jogo, a estratégia bem conseguida revelou-se essencial para a vitória em mais de 90 minutos em que foi tudo pensado e interpretado pelos jogadores da melhor maneira.
 
O capitão Pepe, que jogou do princípio ao fim menos de uma semana depois de uma cirurgia, afirmou que o FC Porto está no bom caminho e colhe os frutos de trabalhar de forma muito séria e deixar tudo dentro do campo. Na linha do que dissera após a vitória sobre o Nacional, Sérgio Oliveira considerou esta conquista normal. No clube estão todos habituados a ganhar e agora, simplesmente, há que continuar. Convém não esquecer: a Supertaça foi só a primeira a concluir-se de cinco competições que o FC Porto disputa em 2020/21.

O presente de Natal antecipado da equipa de basquetebol foi o norte-americano Jalen Riley, que chegou a integrar o draft da NBA, passou os últimos anos em vários campeonatos europeus e assinou até ao final da temporada. O base, que revelou que já conhecia o FC Porto porque é um grande fã de futebol, descreve-se como um jogador muito competitivo e um grande lutador, e por isso assume o objectivo individual de tentar ser produtivo e o propósito colectivo de conquistar o campeonato.

Aconteceu a 20 Dezembro 1953

Neste dia, o novinho Estádio das Antas foi palco de uma vitória histórica. Treinados por Cândido de Oliveira, os Dragões não estiveram com cerimónias e abriram a hostilidades logo ao segundo minuto na recepção ao Vitória de Guimarães. Num onze que contava com lendas azuis e brancas como Barrigana, Virgílio, Miguel Arcanjo e Hernâni, o destaque foi todo para outros quatro portugueses: Carlos Duarte e Perdigão apontaram um hat-trick cada, António Teixeira bisou e José Maria fez o mesmo desde a marca de grande penalidade. O 10-0 final, favorável aos da Invicta, só ficou selado nos derradeiros cinco minutos.