22/01/07

"As respostas" Crónica d'O Jogo de José Manuel Ribeiro

O diagnóstico que Jorge Coroado fez esta semana, aqui n’O JOGO, da súbita queda do número de cartões amarelos e penáltis na Liga pode albergar o remédio para os nossos cíclicos problemas com a arbitragem. Diz ele que a causa da deflação, desta deflação, é a pobreza do futebol. Seria possível concluir, portanto, que a qualidade do jogo baixou o suficiente para coincidir com a qualidade da arbitragem. Teríamos atingido o estado óptimo, em que árbitros, jogadores, treinadores e clubes estariam finalmente unidos por laços da mais fraternal e auspiciosa mediocridade. É aqui, quando se começa a aplicar ao futebol termos como “fraterno” e “auspicioso”, que um comentador sensato decide procurar a explicação noutro lado. Porém, sem dados adicionais, só podemos abster-nos de conclusões e registar que, por uma qualquer anomalia, o último carregamento de maus jogadores brasileiros que atestou os clubes portugueses era excepcionalmente meigo e carinhoso ou (bastante mais credível) indolente e preguiçoso, mas em qualquer dos casos assumindo que sim, este campeonato tem sido morno, insípido e tão competitivo como as últimas eleições da FPF. Desta vez, ao contrário do costume, não é só porque o FC Porto está no primeiro lugar, embora seja indiscutível que o campeão nacional vive, neste momento, sete pontos e uma eliminatória da Liga dos Campeões mais longe do problema do que qualquer outro clube e que foi sempre assim durante as últimas duas décadas. Procurar nos tribunais será bom e higiénico, mas não é saudável nem honesto fingir que estão lá todas as respostas.
Reforços - O que fazer com o tempo
Dos reforços que têm sido mencionados nos jornais há os que fazem sentido apenas se vierem substituir outros (agora ou no futuro) e um só - o avançado - que parece talhado para suprir uma falha da equipa: riscado Adriano (e talvez mesmo com ele), as características dos pontas-de-lança do FC Porto não variam lá muito de alternativa para alternativa.