14/08/07

Bosingwa, Raul Meireles e Lisandro já treinaram sem limitações

Bosingwa, Raul Meireles e Lisandro, que ontem treinaram de forma condicionada, já trabalharam esta manhã no Olival aparentemente sem quaisquer limitações. O jogo com o Sporting da Supertaça tinha deixado algumas marcas nos três atletas. Bosingwa regressou ao Porto com problemas no joelho esquerdo, enquanto Raul Meireles apresentou queixas na coxa esquerda e Lisandro no pé esquerdo. Tudo resolvido, portanto, e todos eles devem ser opção para o encontro de Braga, onde o FC Porto fará a sua estreia na Bwin Liga de 2007/08. Quem ainda não recuperou foi o argentino Farias, que se lesionou no jogo com os chineses do Shangai Shenhua, respeitante ao Torneio de Amesterdão. Na sessão de hoje, aberta apenas quinze minutos aos jornalistas, apenas deu para ver o aquecimento. Amanhã, os profissionais do campeão nacional voltam ao trabalho, às 10 horas, igualmente no Olival, sendo que, no final, um atleta falará com a comunicação social.

"Perguntas" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Na entrevista que concedeu ao Correio da Manhã durante o último fim-de-semana, Leonor Pinhão admitiu ter sido contratada pela editora D. Quixote para trabalhar na edição do livro de Carolina Salgado, "Eu, Carolina". A dada altura da mesma entrevista, a jornalista e colunista admitiu que a versão final do livro não corresponde ao manuscrito original, sublinhando que tal é absolutamente normal. "Um livro não sai da editora tal como lá chega", refere. É óbvio que não. Todos os livros são editados. São feitas correcções, tiram-se umas coisas, sublinham-se outras, faz-se todo um trabalho de edição que também reflecte a personalidade do editor, neste caso da editora, uma conhecida benfiquista. Ainda assim, nada disso seria relevante se "Eu, Carolina" fosse tratado como uma vulgar obra de ficção, um romance ou uma novela. Acontece que ao livro de Carolina Salgado foi atribuído um valor documental que justificou, entre outras coisas, a nomeação por parte do Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, de uma equipa especial liderada por Maria José Morgado para conduzir as investigações do processo Apito Dourado. Aliás, foi com base no valor documental atribuído a "Eu, Carolina" e às revelações cirúrgicas que continha que a ex-companheira de Pinto da Costa foi ouvida pela procuradora e os processos ao presidente do FC Porto, entretanto arquivados, foram reabertos. Ora, tendo ao livro sido atribuído um valor documental, é obviamente relevante que a versão final e publicada não corresponda ao manuscrito original, mais ainda agora que se sabe quem foi responsável pela sua edição. Afinal, que elementos ficaram de fora, com que intenção foram retirados e até que ponto a sua ausência afecta a credibilidade e integridade do documento como um todo? E se isso não é relevante, se afinal o livro não é um documento, como se explica que tenha sido tratado como tal pela Procuradoria da República, e não como uma vulgar obra de ficção, sem qualquer valor jurídico?

13/08/07

"Paixões" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Bruno Paixão errou e prejudicou o FC Porto no jogo da Supertaça. Não viu a bola ser desviada pelo braço de Tonel na área do Sporting, deixando passar em claro uma grande penalidade que poderia ter colocado o campeão nacional em vantagem no marcador. Pior do que isso, até porque o lance da grande penalidade foi suficientemente rápido para lhe valer o benefício da dúvida, resolveu parar o jogo para permitir a assistência a Derlei com uma precisão quase cirúrgica, senão vejam: não parou o jogo quando o jogador se magoou num choque com o companheiro Romagnoli durante um ataque do Sporting; não parou o jogo enquanto a bola esteve na posse de Liedson que nunca mostrou vontade de a colocar fora de campo para o companheiro ser assistido; nem sequer parou o jogo quando o FC Porto lançou o contra-ataque, mas Adriano estava em desvantagem entre Polga e Abel. Parou-o apenas quando Adriano ficou em vantagem no lance e em situação privilegiada para alvejar a baliza de Stojkovic. Um decisão incompreensível e a destempo com prejuízo claro para os portistas. Mas não foi por causa do árbitro que o FC Porto perdeu o jogo. A verdade é que apesar das duas bolas desviadas nos postes da baliza do Sporting, o campeão nacional se satisfez durante demasiado tempo em manter o adversário controlado. Com Raul Meireles colado a João Moutinho e Lisandro amarrado a Miguel Veloso, o FC Porto manteve o lonsago de Paulo Bento controlado, mas perdeu iniciativa ofensiva, deixando Quaresma e Adriano entregues à sua sorte entre os defesas sportinguistas e limitando-se a reagir às incidências do jogo, sem nunca ser capaz de o definir. Uma postura a rever. Com urgência.
Servir gelada
Gostaria de me vingar nesse jogo
Cech, sobre o reencontro com o Sporting

12/08/07

Um pontapé na lógica

Diz-se, sabe-se lá bem por quê, que o imprevisto é uma das principais razões do encanto do futebol, numa promoção disparatada do fortuito à condição de essência, que, não sendo nem sal nem pimenta, será uma espécie de colorau, estragão ou gengibre de desfechos arbitrários. Mas o acaso, no «Magalhães Pessoa» como no mais recôndito canto do globo, é condimento supérfluo para apreciadores da lógica e da coerência. Na Supertaça, o remate de Izmailov, sem desprimor para a execução, não fez mais do que acentuar o travo a injustiça, entretanto assegurado por um lume brando de equívocos de arbitragem e uma bizarra implicância portista com os postes de Leiria.

Vamos por partes. Depressa, em pouco mais de cinco minutos, o F.C. Porto introduziu rota e destino para um encontro em que revelaria sinais frequentes de querer comandar. E fê-lo ao longo de quase todo o trajecto. A baliza de Stojkovic era a direcção e o poste seria, por três vezes, escala imprevista. Em dois minutos, Quaresma acertou na estrutura metálica que demarcou as redes sportinguistas. Primeiro à direita e depois à esquerda do guarda-redes sérvio, que na segunda situação se limitou a escutar o som que lhe garantia o alívio, precocemente insinuado pelo assinalar de fora-de-jogo a Adriano, que teve idêntica participação no lance à do próprio Stojkovic; absolutamente nenhuma.

Intérprete de mais e melhores momentos, o Dragão batalhou contra o destino, o seu principal opositor, movido pela lógica que nenhum treinador ou entendido ousará negar: jogando melhor, os Dragões tinham maiores probabilidades de ganhar. O adversário ainda mal festejara o golo que o colocara em vantagem e o som que se tornara tão familiar do guarda-redes do Sporting voltava a ecoar. Agora com mais violência e maior estridência. O empate, que recuperaria a lógica do jogo, saíra do pé esquerdo de Karmierczak, na sequência do mais belo lance do encontro, e Stojkovic já havia sido novamente reduzido à condição de espectador, quando… o golo bateu no poste.

No jogo, não fora a primeira nem a segunda vez e, somadas as quatro da época passada, o F.C. Porto deixava Leiria, onde havia perdido na caminhada para o bicampeonato, com sete remates devolvidos pelos postes do Estádio Magalhães Pessoa. Poderá, eventualmente, não ser insólito, mas foi novamente injusto e tão imerecido quanto os sinais transmitidos por uma arbitragem pouco criteriosa, que ao segundo minuto já exibia o cartão amarelo a Paulo Assunção para, mais adiante, o manter guardado em situações semelhantes ou até diferentes, como no lance em que Tonel interceptou a bola com o braço em plena grande-área defendida pelo Sporting. Faltou o amarelo e o penalty, numa altura em que persistia a igualdade sem golos. E 0-0 era ainda o resultado quando Adriano se esgueirava para a baliza e o encontro foi interrompido para que pudesse ser prestada assistência a um jogador do Sporting.

FICHA DE JOGO

Jogo no Estádio dr. Magalhães Pessoa, em Leiria
Supertaça Cândido de Oliveira
11 de Agosto de 2007
Assistência: 21.863 espectadores

Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal)
Assistentes: António Godinho e Paulo Ramos
4º árbitro: Marco Ferreira

F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel «cap.» e Fucile; Raul Meireles, Paulo Assunção e Cech; Lisandro, Adriano e Quaresma
Substituições: Cech por Kazmierczak (75m); Raul Meireles por Mariano (78m) e Paulo Assunção por Leandro Lima (83m)
Não utilizados: Nuno, João Paulo, Tarik e Bolatti
Treinador: Jesualdo Ferreira

SPORTING: Stojkovic; Abel, Tonel, Poga e Pedro Silva; Miguel Veloso; Izmailov, Romagnoli e João Moutinho «cap.»; Derlei e Liedson
Substituições: Pedro Silva por Ronny (11m); Romagnoli por Gladstone (86m) e Derlei por Yannick Djaló (87m)
Não utilizados: Tiago, Adrien, Simon e Farnerud
Treinador: Paulo Bento

Ao intervalo: 0-0
Marcador: Izmailov (76m)
Disciplina: cartão amarelo a Paulo Assunção (2m), Pedro Emanuel (10m), Abel (17m), Polga (59m), Mariano (85m), Derlei (87m) e Liedson (90m)


Fonte: Site Oficial