"Renovação" Crónica d'O Jogo de Alcides Freire

Ainda ontem um amigo perguntou-me se fora por distracção que me esquecera de fazer a inscrição no primeiro curso de Criminologia que abriu na Faculdade de Direito do Porto. Garanti que nem sabia que isso existia, que muito menos tinha conhecimento que tinham aparecido 300 candidatos para 40 vagas. Mas quis saber onde estava a ironia que suportava a conversa em redor dos dois cafés tirados primorosamente pelo dono do estabelecimento, também ele amigo das conversas que dariam um livro. "Então", atacou ele, "parece-me que na tua área é cada vez mais importante saber fazer conversa sobre arguidos, arrestos, corrupção passiva, activa... olha que seria benéfico". Acenei à piada, mas retorqui que ainda é possível falar de futebol, mesmo que a discussão seja sobre a bola que entrou ou não, se o jogador estava alguns centímetros em fora de jogo ou plantado em posição irregular. Ataquei com todos os argumentos, falando das recentes renovações de contratos no FC Porto, encontrando em Lucho González, Pepe e Vieirinha, três óptimos assuntos de conversa que não precisam de curso de direito e muito menos de analogias exageradas com licenciatura em criminologia. Não sendo sobre o Dexia Banque, achei que o assunto tinha também algo que ver com finanças, porque o FC Porto aumenta com estas renovações a sua margem de discussão em eventuais transferências; não sendo sobre móveis, muito menos sobre arrestos deles, considerei que ao prolongar o contrato destes jogadores - os três com um percurso muito diferente no clube - permite que se sintam tratados como se fossem "prata da casa". E no campo teórico assegura-os por mais algumas épocas.
MAIS CONTAS - Disciplina vencedora
O FC Porto é líder em itens sem lugar para subjectividade: ataque mais concretizador, defesa menos batida, equipa penalizada com menos cartões e, com naturalidade, líder isolado da Bwin Liga.