17/11/06

"O que fazer" Crónica d'O Jogo de José Manuel Ribeiro

Recuperando o FC Porto-Benfica, quanto mais não seja para acrescentar um dia à longevidade do clássico - passam a ser 27 com esta pequena contribuição -, encontro naquela balbúrdia toda apenas uma controvérsia em que a Liga poderia ter cumprido a promessa de interferir nas altercações quando os limites fossem ultrapassados: as dúvidas do Benfica a respeito da nomeação do árbitro Lucílio Baptista. No restante, são tempo perdido os debates e "brainstormings" a pensar no excesso de vernáculo ou nesse objectivo comum que ninguém partilha de vermos os três grandes cheios de boas vontades uns para com os outros.
É mais da competência dos tribunais do que da Liga decidir se um dirigente que chamou Pinóquio a outro usou eufemismo que chegue. Também não será a Liga a proibir um presidente de usar os maus resultados do adversário como motivo de anedota; ou a dizer a outro que há pessoas, para além de José Veiga, que ainda não foram julgadas e que, por isso, não é de bom tom chamar-lhes criminosos. E quanto aos bilhetes deixados pelo Benfica no Dragão, há um prazo para os pedir. Escapam os árbitros. Nem sou eu que digo. A acreditar numa citação do livro "The Italian Job", é o nosso Mourinho. "Se ainda estivesse em Portugal, chamaria a Imprensa e diria: 'Este árbitro tem qualquer coisa contra nós'. Desta forma, quando voltasse a arbitrar um jogo nosso, ele estaria imediatamente sob pressão. Esse árbitro iria ter todo o cuidado para não parecer que estava contra a nossa equipa. Em Portugal, eu conseguia criar muitos problemas aos árbitros."
Mesmo que sejam inventadas, são as afirmações falsas mais verdadeiras que já li.
PEDRO EMANUEL - O outro irmão mais velho
A figura do irmão mais velho está deturpada. O irmão mais velho enche-nos mais de coragem do que ensinamentos. Eu sei, porque tive de baixar a bola diante dos amigos que tinham irmãos mais velhos. A falta que Pedro Emanuel faz é essa: a Liga dos Campeões está cheia de irmãos mais velhos.

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