14/04/21

Dragões Diário 14-04-2021

O golo de Mehdi Taremi, uma delícia de execução, chegou de bicicleta, mas chegou demasiado tarde, reservando apenas 60 segundos para anular o mal que já estava feito uma semana antes, naquele mesmo relvado. Em Sevilha, onde já foi muito feliz, o FC Porto impôs a primeira derrota do Chelsea na Liga dos Campeões, mas não conseguiu reverter nem anular o resultado da primeira mão (0-2), que ditou o fim da aventura europeia com o requinte de uma suprema ironia: precoce, mas numa fase adiantada.
 
No cômputo geral, resumiu Sérgio Conceição, o FC Porto foi superior em tudo, exceto na eficácia ofensiva, razão pela qual assumiu um sentimento de grande frustração. Mas entre a desilusão e a tristeza, que não foi capaz de disfarçar, sobressaiu o orgulho pela interpretação da estratégia, pelo desempenho no jogo e pelo percurso na mais exigente prova de clubes do mundo. Merecíamos estar nas meias-finais, insistiu.
 
No final, muito antes de ouvir as palavras do treinador, Sérgio Oliveira falava também de decepção e desgosto: Estamos tristes e frustrados. Disse-o com todas as letras e com a certeza de não ter desapontado quem segue e quem torce pelo FC Porto: Eu, que sou adepto, se estivesse do lado de fora, estaria orgulhoso desta equipa. E ainda disse mais, fechando o discurso num misto de convicção e desafio: Contem connosco para o que resta do campeonato!
 
Mehdi Taremi tinha boas razões para estar feliz pelo golo, mas foi fácil perceber que poderia estar muito mais feliz se o FC Porto tivesse seguido em frente. E avançar na prova pareceu-lhe ser mais do que justo, depois de um jogo excelente que só não foi suficientemente brilhante para continuar na Liga dos Campeões. Porquê? Porque isto é futebol, resumiu o avançado iraniano, entre o amargo da eliminação e o doce da bicicleta.
 
Várias horas antes, nos Açores, houve mais do mesmo: a equipa de Magnus Andersson derrotou o Sporting da Horta (35-28), somou a 23ª vitória no Andebol 1 em 23 possíveis, consolidou a liderança e ampliou para cinco pontos a vantagem sobre o segundo classificado, ainda que o Sporting tenha menos um jogo disputado. Diogo Branquinho, com oito golos, foi o melhor marcador dos Dragões.

O capítulo da Champions está encerrado, mas as histórias da histórica aventura do FC Porto numa competição talhada para milionários são inesgotáveis. Sabe, por exemplo, quem marcou o golo mais rápido dos azuis e brancos na Liga dos Campeões? Se pensou naquela finalização de Taremi frente à Juventus, errou, mas por pouco. Ajuda, se acrescentarmos que o detentor da melhor marca é um luso-brasileiro que gastou apenas 42 segundos desde o apito inicial para marcar de cabeça? Curioso? Descubra tudo na FC Porto TV.

No mais recente episódio de Dragões para Sempre, uma rubrica com a assinatura do Sérgio Velhote e o grafismo do Daniel Costa, o foco é todo de Gabriel, uma criação de José Maria Pedroto, que fez dele um defesa moderno, um lateral à frente do próprio tempo e bem a tempo de ser campeão por duas vezes seguidas.

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