Exames médicos cumpridos, contrato assinado, número 30 estampado nas costas e passagem pelo Dragão para uma espreitadela à casa que o acolherá nos próximos quatro anos. A agitação que marcou o primeiro dia de Pelé no FC Porto não abranda e, hoje, o médio conhecerá parte dos companheiros, pelo menos aqueles que escaparam às convocatórias das selecções, estreando-se depois nos treinos. Antes desse contacto com o grupo e com Jesualdo Ferreira, de acordo com o que está previsto, ainda terá tempo para as primeiras palavras como dragão. Rebobinando o filme de um braço-de-ferro de mercado que durou quase até à data limite, sobra, no que a Pelé diz respeito, uma mudança repentina de rotinas. Apesar de estar há muito a par do interesse portista, envolvido nas negociações para a transferência de Quaresma, o médio teve menos de 24 horas para acertar os detalhes. Domingo, assim que se confirmou o acordo entre os dois clubes para uma cedência definitiva - o Inter ainda tentou que a coisa se ficasse por um empréstimo e é garantido que continuará de olho na evolução do jogador -, só houve tempo para Pelé fazer as malas e rumar ao Porto, cidade que o jogador não estranhará. Afinal, foi na Invicta que nasceu, a 14 de Setembro de 1987.
A poucos dias de completar 21 anos, o médio volta a Portugal, com a hipótese, agora, de garantir a estreia no campeonato principal. Pelo Guimarães, clube que antecedeu o salto para Itália, jogou apenas na actual Liga Vitalis. Antes dessa investida pelo Minho, trampolim para Milão depois de um Mundial de Sub-20 promissor, o percurso do jogador fez-se com um arranque no Salgueiros e passagem breve pelo Benfica.
Curiosamente, ainda na formação e nesse período que coincidiu com uma mudança turbulenta para a Luz, o FC Porto chegou a perguntar por ele. À segunda tentativa, a ligação concretiza-se. Apesar de carregar alegremente o nome de Pelé, habituou-se cedo a que o comparassem com o médio francês Patrick Vieira.
Fonte: O Jogo e Desporto10
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