07/11/06

Comentário ao jogo em Setúbal pelo site oficial

A tradição imperou no Bonfim e surgiu de rompante, avassaladora e impetuosa. Aliás, esta apressou-se a chegar e, em apenas seis minutos de jogo, o F.C. Porto já tinha festejado duas vezes, fruto da velocidade estonteante com que se prontificou em recordar a história dos últimos confrontos entre as duas formações. O início foi intenso e pareceu o mais doce dos fins, porém o triunfo azul e branco (0-3) pecou por escasso.

Jesualdo Ferreira apostou numa alteração em relação ao encontro com o Hamburgo, Jorginho no lugar de Raul Meireles, e saiu a ganhar. O F.C. Porto entrou veloz, pressionante e quando a equipa sadina deu por si já perdia por 2-0. Aos 4 minutos, Quaresma recebeu a bola sobre a esquerda, driblou entre dois a adversários e de trivela encontrou Lisandro, que ao segundo poste limitou-se a encostar. Excelente o lance desenhado pelo extremo portista que, sempre que acelerava, deixava completamente desconcertada a defesa sadina.

Velocidade foi de facto a palavra de ordem, já que em apenas dois minutos os Campeões Nacionais aumentaram a vantagem no marcador. Ao minuto 6, Jorginho descobriu ao centro Hélder Postiga, que com corpo simulou sobre um adversário e fez o 2-0. Muita serenidade demonstrada pelo avançado azul e branco, que soube escolher o momento exacto para finalizar. A intensidade, a pressão e o ritmo forte com que os Dragões iniciaram o desafio desorientou por completo o V. Setúbal, que só no final da primeira parte conseguiu assentar o seu jogo.

A segunda parte foi mais aguerrida. A equipa visitada procurou responder e assumiu uma maior combatividade na disputa dos lances e maior rapidez na abordagem à partida. Porém, o domínio manteve-se sob contornos azuis e brancos. Sempre que o F.C. Porto acelerava, o pânico descia sobre o conjunto sadino que revelava extremas dificuldades para contrariar a superioridade portista. Aos 57 minutos, Bosingwa assistiu Postiga que, na pequena área, viu a bola caprichosamente sair por cima da barra. As ocasiões sucediam-se, mas curiosamente foi de bola parada que surgiu a sentença do desafio. Ricardo Quaresma, de livre directo e quase sem balanço, rematou em arco para o fundo da baliza de Nelson. Indefensável o remate do português. Pareceu fácil a execução, tal a precisão da trajectória que o esférico descreveu.

Até ao fim, assistiu-se a uma autêntica avalanche de lances de perigo na área do V. Setúbal, contudo a resultado não se alterou. A vitória é justa, mas talvez merecesse uma outra expressão. Quanto à tradição, essa manteve-se.

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