01/09/07

"Mercado" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Mais impressionantes do que os 70 milhões de euros que o FC Porto fez no mercado de transferências de Verão que ontem encerrou, são as dezenas de milhões de euros que escolheu, deliberadamente, não fazer. Assim como quem escolhe, deliberadamente, não fazer um atraso ao guarda-redes. Desculpem lá o devaneio, mas não resisti. E foi deliberadamente. O FC Porto podia ter vendido Quaresma bem acima dos 20 milhões de euros, mas preferiu não o fazer. Podia ter vendido Lucho por um valor semelhante, mas preferiu não o fazer. E podia ter vendido Bosingwa e Bruno Alves e Lisandro, mas preferiu não o fazer. Vendeu cinco jogadores por 70 milhões de euros, é verdade, mas apenas um titular indiscutível - Pepe - e é por isso que Jesualdo Ferreira tem uma equipa quase igual à que se sagrou campeã na última temporada para o arranque desta. Pelo meio, reforçou as opções para quase todas as posições da equipa, e é por isso que as lesões de Helton e Pedro Emanuel, apesar de tão indesejáveis como quaisquer outras lesões, são encaradas sem aflições nem necessidade de recurso a guarda-redes ou centrais improvisados ou promovidos à pressa dos juniores. Por outras palavras, os bicampeões nacionais garantiram o imprescindível equilíbrio entre a necessidade de realização de receitas e a manutenção de uma base desportiva sólida, sem comprometerem o património do clube. Quaresma, Lucho, Bosingwa, Bruno Alves e Lisandro continuam no plantel e têm mais uma oportunidade de valorização no campeonato e na Liga dos Campeões, enquanto a contratação de uma série de jogadores jovens e a promoção de alguns valores seguros da formação assegura que a próxima fornada de talentos já está a ser preparada. Deliberadamente.

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