15/10/08

"A crise revisitada" - Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Eu gosto de crises. A sério. Acho que são as crises que separam o trigo do joio, os homens das crianças, os povos rijos dos povos choninhas. Tome-se esta última crise como exemplo. Em Portugal ficou tudo como antes. Afinal, nós comemos crises ao pequeno-almoço. A crise é o nosso habitat natural, é na crise que prosperamos. Já os islandeses estão praticamente à beira da extinção por causa da crise. Há racionamento de combustíveis e alimentos naquele que é considerado o país com o mais elevado índice de desenvolvimento humano. Pois. Uns mimados. Até no futebol conseguimos ser pioneiros no que diz respeito a crises. O Boavista, por exemplo, está numa crise profundíssima há um par de anos. Houve um tempo em que os dérbis entre o FC Porto e os axadrezados serviam para decidir campeonatos, hoje servem para o FC Porto rodar alguns jogadores. E no entanto, aposto que os boavisteiros se riem na cara desta crise que ameaça o futebol europeu: comparada com a crise do Boavista, é um passeio na rotunda.

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