22/08/07

"Coincidências" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Há qualquer coisa de divino nas coincidências, uma ideia de destino, de um grande plano cósmico que só nos é dado ver de relance, de tempos a tempos, pelo canto do olho. A lesão que Adriano sofreu em Braga e que coloca em causa a sua utilização durante as próximas semanas, resgatando Postiga à lista de jogadores dispensáveis e colocando-o na primeira linha das opções de Jesualdo para o ataque, torna este início de temporada quase um decalque da última. Há um ano, depois de meia época de empréstimo aos franceses do Saint-Étiènne, Postiga foi considerado dispensável por Co Adriaanse e nem sequer participou na pré-temporada. Seria resgatado por Rui Barros para a equipa ainda antes da entrada de Jesualdo Ferreira, mas foi uma lesão de Adriano, no início da temporada, a catapultá-lo para a titularidade. Tal como acontece agora, o brasileiro tinha feito uma excelente segunda metade de época e era a opção natural para o ataque até ser forçado a parar por um traumatismo numa coxa. Uma paragem que Postiga aproveitou para se afirmar como titular indiscutível, melhor marcador da equipa e melhor artilheiro do campeonato... pelo menos até Dezembro. Em Janeiro, contudo, voltou a desmotivação, o desacerto, os assobios, o banco de suplentes e, por fim, a etiqueta de dispensável. Como se o internacional português só fosse capaz de contrariar expectativas, de agir por reacção, espicaçado pelas opiniões mais ou menos favoráveis: se ninguém esperar nada dele, dá muito em troca; se esperarem muito, não dá nada. Pois bem, Adriano está lesionado, Farías também, Edgar está longe de ser uma opção válida a curto prazo e menos ainda num ciclo de jogos tão complicados como os que marcam o início da temporada dos bicampeões nacionais. Sobra Postiga. Ora, depois de ter sido dado como dispensável, ninguém espera muito de Postiga. E é nessas alturas que ele costuma dar-se melhor. Como já se conseguiu ver, de relance, pelo canto do olho, em Braga. Coincidência?
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Depois falamos sobre isso.
Gilberto Madaíl, presidente da FPF, sobre o caso Lisandro

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