28/01/09

"Tecnologia a cores" - Crónica d'O Jogo de Hugo Sousa

Havendo apenas uma vaga directa na Liga dos Campeões, não era preciso ser um génio para perceber que este ano a arbitragem seria ainda mais comentada do que o costume. Os protestos, os silêncios ou as análises lúcidas têm sido salomonicamente distribuídas em razão directa dos benefícios ou prejuízos na jornada anterior. Não foi sempre assim? Já aprendemos há muito que uma arbitragem que corre bem é - e será quase sempre - uma arbitragem que corre mal a alguém. Agora, para dar uma roupagem moderna à coisa, lançou-se a febre da tecnologia como via messiânica para aliviar a, salvo seja, mais velha profissão do mundo a gerar protestos. Abençoada ingenuidade. Na dúvida, mesmo com sofisticadas imagens de todos os ângulos e feitios, é muito difícil convencer um adepto ferrenho de que "aquilo" era mesmo penálti; ou mão; ou fora-de-jogo. Ele replicará sempre com "a intensidade do toque", com "a bola na mão e não mão na bola", e jurará que o jogador estava "em linha", nem que a trace aos ziguezagues sobre a imagem parada. Com mais ou menos folclore, arbitragem é isto: uma questão que não se resolve.

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