"Dilemas" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Até agora tem sido fácil. Os primeiros 40 milhões de euros em transferências que o FC Porto conseguiu esta temporada foram relativamente fáceis de ganhar. Afinal, Anderson, Ricardo Costa e Hugo Almeida tiveram pouco a ver com os dois títulos de campeão conquistados nas duas últimas temporadas e não era muito difícil imaginar que a equipa continuasse a ser competitiva sem eles, até porque já o tinha sido antes e, entrentanto, o plantel até foi reforçado com sete jogadores novos, quase todos com uma margem de progressão equivalente ao potencial que encerram. É claro que para os adeptos custa perder Anderson sem chegar a saber exactamente tudo o que podia valer e que se adivinha ser muito ou deixar sair dois jogadores da casa como são Ricardo Costa e Hugo Almeida, mas a relação entre a sua relevância para a equipa e os valores envolvidos nos negócios davam razão aos dirigentes portistas. Os problemas a sério, os verdadeiros dilemas começam agora. O FC Porto tem entre mãos a oportunidade para dobrar a receita realizada até agora em transferências, mas para isso terá que aceitar mexer nas próprias fundações da equipa bicampeã nacional. Quaresma, actualmente disputado entre Liverpool e Atlético de Madrid pode valer 25 milhões de euros; Lucho González na agenda do Valência, mas também com interessados em Inglaterra pode chegar aos 20 milhões e Pepe, pretendido em Espanha, Itália e Inglaterra vale, à vontade, mais duas ou três mãos cheias de milhões de euros. O problema é que todos, sem excepção, foram fundamentais para o sucesso desportivo alcançado pelo FC Porto nas últimas temporadas e para o ressurgimento da equipa ao mais alto nível no panorama nacional e internacional depois da conquista da Liga dos Campeões em Gelsenkirchen. A saída de qualquer um deles vai deixar um buraco difícil de tapar na equipa, por muito dinheiro que rendam. Um dilema difícil de resolver para os dirigentes do FC Porto divididos entre a aposta na conquista do tri e o necessário equilíbrio financeiro do clube.

Felicidade
Deste grupo talvez seja o jogador mais feliz
Nuno, guarda-redes do FC Porto