"Melões" Crónica d'O Jogo de Alcides Freire

Quaresma passou ao lado de uma grande carreira, fintou a possibilidade de chegar à Selecção Nacional e escorregou quando podia ter sido campeão do Mundo e de Portugal. É mentira, mas, pelos vistos, há quem ache que não. Se a realidade fosse como o mundo paralelo em que parece habitarem os juízes do Conselho de Justiça, Quaresma seria um holograma, "mustang" apenas um veloz cavalo, cigano somente uma etnia e Harry Potter um "caixa de óculos" com tiques de mágico. Felizmente que para Lazlo Boloni, Victor Fernandez, Jesualdo Ferreira, José Romão, Agostinho Oliveira e Scolari há um Quaresma bem real, tão real como os constantes atestados de incompetência que os juízes de serviço no futebol passam à Justiça em geral. Mas, ainda assim, da mesma forma que se deve hesitar em criticar um avançado que falha um golo escandaloso ou um guarda-redes que sofre um frango, é aconselhável condenar os juízes a um mero Termo de Identidade e Residência (TIR), ficando o grosso da condenação para quem os escolhe. A culpa não é de quem erra, mas de quem selecciona os titulares. Jurando dizer a verdade e apenas a verdade, Gilberto Madail poderá alegar com a teoria dos melões. Será sempre uma boa táctica da defesa. Já Hermínio Loureiro poderá dar graças por não ter conhecido Pedro Mourão, o antigo membro da Comissão da Disciplinar da Liga que agora defende um Tribunal Desportivo como meio de evitar que uma alegada bofetada/cotovelada demore mais de três meses a ser equiparada a um crime cometido na rua. A ideia é boa, mas como quando se vai à frutaria, é preciso ter sorte com os melões.
MERECIDO - Pedro Emanuel
Se não existem mais razões, Pedro Emanuel é um bom motivo para o FC Porto merecer o título de campeão. Um jogador que, em campo, dá sempre tudo merece como uma prenda ser campeão. Nem que seja por ter jogado alguns minutos, até porque corre quilómetros fora do relvado.