30/05/07

Entrevista de Jesualdo à SIC Notícias

Ainda a digerir o título, Jesualdo Ferreira admitiu, em entrevista à SIC, a satisfação redobrada por ter conseguido silenciar todos os que, durante a época, foram fazendo do Apito Dourado uma bandeira anti-FC Porto. Um sentimento, garantiu, partilhado por Pinto da Costa. "Este título deu um gozo muito grande ao presidente", disse, já depois de ter sublinhado a fatia pessoal da satisfação. "O gáudio à volta do Apitou Dourado enojou-me", reforçou, sublinhando que, em parte, a adversidade acabou por servir de estímulo. "Ganhámos e o Apito Dourado não teve influência; isto custa até ao próprio processo do Apito Dourado". Esticando os reflexos desse tema na época, o treinador portista aceitou a ideia de que o clube foi obrigado a gerir silêncios, mas recusou ver nisso um factor acrescido de responsabilidade pessoal. "O que se pretendeu dizer foi que o FC Porto ficou sem liderança, mas falei o que falaria em qualquer circunstância: antes e depois dos jogos". A rematar, uma lição: "Entendo agora por que custa ganhar no FC Porto, mas de fora já sabia o porquê: não é pelo Apito Dourado; é por ser melhor".
Feito o resumo da época, a entrevista projectou também o futuro. Com Jesualdo? A interrogação saiu assim mesmo. "A pergunta não faz sentido; a resposta é sim", disse, lembrando a renovação contratual acordada há meses. De contratações ou saídas de jogadores é que nada. "Não estou preparado para perder ninguém. Estou preparado para ter um FC Porto mais forte", atirou, concordando que duas das três contratações feitas sob sua orientação saíram "ao lado": Mareque e Renteria. Em contraponto, lembrou Fucile, uma escolha bem sucedida e que lhe parece poucas vezes sublinhada. Lembrou também a valorização de alguns jogadores, espelhada na última convocatória de Luiz Felipe Scolari. "Ter cinco jogadores na Selecção é uma coisa que já não acontecia há muito", vincou, hesitando em ceder a Adriaanse todos os louros pelo novo Quaresma ou a recolher para si os da explosão de Bruno Alves. "Este ano, Quaresma também ganhou todos os prémios. O patamar foi o mesmo e ainda se fixou na Selecção".
O papel de Vítor Baía foi muito notado. Jesualdo também o viu. "Tentou passar-se a imagem de que era o adjunto, o treinador principal, quem mandava. Vítor Baía e o plantel sabiam que não era verdade". Em resumo, pura maldade: "O que o Vítor Baía fez foi o papel de capitão de equipa". Uma postura empenhada. "Ele estava numa situação que não é fácil; para quem não tem experiência de futebol talvez seja difícil imaginar o que é ter um jogador como Vítor Baía no banco e o que ele sente". Por isso, disse, teve o cuidado de falar com os quatro capitães de equipa no início da época: três deles não jogavam - Baía, Pedro Emanuel e Ricardo Costa - e Lucho tinha apenas um ano de clube. Nesse contexto, reforçou, Baía foi um esteio. "Marcou uma época no FC Porto". Haverá substituto? "Espero que haja outro".
Fonte: O Jogo

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