01/01/07

"Ano Anderson" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Bem-vindos ao ano de Anderson. Podia ter sido o ano passado, mas teve que ser adiado por motivos de força maior. Entre a cegueira histérica de Co Adriaanse, incapaz de perceber o diamante que teve entre mãos; e a violência da entrada de Katsouranis, que o tentou lapidar à trauliteirada, Anderson teve que ser adiado para 2007. Mas este é o seu ano. Terá que aprender a proteger-se melhor, a evitar as entradas assassinas, a defender-se da cumplicidade criminosa entre os árbitros e os toscos. Terá que, finalmente, perder a ingenuidade de menino apaixonado pela beleza do jogo e perceber que nem todos o amam da mesma maneira. Mas se o conseguir, não haverá como conter o enorme talento que já não passa despercebido a ninguém. Deco disse ontem em entrevista publicada n'O JOGO que Anderson pode vir a ser melhor que ele próprio, elevando o médio brasileiro do FC Porto muito acima da mediocridade de um futebol que não tem espaço para os melhores. Mesmo Scolari, que reconhecidamente não acompanha os jogos do FC Porto com grande atenção, coloca o jovem prodígio brasileiro na primeira linha de sucessão a Ronaldinho Gaúcho. Ainda a crescer, física, técnica e tacticamente, Anderson já era o melhor jogador do campeonato português quando foi abatido por Katsouranis. Quando voltar, vai ter que partilhar esse protagonismo com Quaresma, mas juntos, com a estabilidade de uma equipa sólida como a que Jesualdo Ferreira está a construir, podem elevar o FC Porto ao estatuto de candidato a algo mais do que a hegemonia interna. A confirmar já a seguir.
Apito - Justiça
Quem já desistiu de ganhar no campo, espera nervosamente que 2007 seja o ano das vitórias na secretaria. Esta está longe de ser a primeira vez que a Justiça passa de besta a bestial, de castastrófica a salvítica, mas, normalmente, esse é apenas o primeiro passo para começar o caminho inverso. A nomeação de Maria José Morgado e a credibilidade da procuradora-adjunta garante o rigor técnico e a independência das investigações. Garante que se fará justiça, independentemente disso significar ou não a acusação de personalidades polémicas e geradoras de paixões. Esperemos que o mesmo suceda no Caso Mantorras.

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