02/08/07

"Responsabilidades" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Milhares de anos de cultura ocidental; milhares de anos de literatura, pintura, música e arte em geral; milhares de anos de um conhecimento acumulado e passado de geração em geração podem ser condensados numa mão-cheia de pérolas de sabedoria oferecidas em pequenas doses prontas a consumir nos riquíssimos diálogos dos melhores “blockbusters” de Verão. Uma das minhas favoritas é aquela clássica do primeiro Homem Aranha – para muitos, o único Homem Aranha digno desse nome, embora haja alguma controvérsia entre os críticos dos “Cahiers do Cinema” – quando o tio de Peter Parker se vira para o sobrinho e lhe diz, com um ar grave e sério, que “com grande poder vêm grandes responsabilidades”. Um grande momento de cinema, ao nível dos melhores conselhos do mestre Yoda da Guerra das Estrelas, do tipo “faz ou não faças: não há ‘tentar’”. Ainda sinto calafrios. Depois dizem que não se aprende nada nos filmes de acção. Lucho González, por exemplo, podia ter aprendido qualquer coisa. Depois de ter usado a braçadeira de “capitão” de equipa no braço durante uma parte significativa da última temporada, depois de ter sido escolhido pelo clube como uma das imagens do FC Porto, depois de ter visto Jesualdo Ferreira renovar a aposta em si, semana após semana, mesmo quando era evidente que não atravessava o melhor momento de forma, o argentino devia ter percebido que “com grande poder vêm grandes responsabilidades”. A responsabilidade de se apresentar ao trabalho a tempo e horas, por exemplo, para não falhar o último torneio em que o FC Porto participa antes do arranque oficial temporada. Ainda assim, se até o Homem Aranha teve de levar uns tabefes do Duende Verde para perceber a mensagem, Lucho pode não ser um caso perdido. E, depois, o primeiro “vilão” no caminho dos portistas até é verde e tudo…
Valência não gosta: Menos Lucho
Os dias pareciam iguais durante a duração da novela em que o Valência só queria Lucho. Era um craque, era o melhor, era o único. Agora, Lucho tem um enorme defeito: é polivalente e Quique Flores não quer um médio de vastos recursos.

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