02/08/20

Dragões Diário 02-08-2020

A Taça de Portugal e a dobradinha são nossas!
 
Coimbra é uma lição, já se canta há muitos anos. Ontem foi uma lição de jogar e ganhar à Porto. Com dez em campo durante 60 minutos e com 0-0 no marcador no momento da expulsão de Luis Díaz, o FC Porto impôs-se ao vice-campeão e venceu por 2-1 com mérito e justiça inquestionáveis, graças a dois golos de Mbemba.
 
No último dia da mais longa época de sempre, esta foi a terceira vez em três possíveis que os campeões nacionais derrotaram a equipa que um racista que não é tóxico declarou em Janeiro que já tinha o título na mão e era a Juventus de Portugal. A oitava dobradinha da história do FC Porto foi a sétima com Jorge Nuno Pinto da Costa como presidente e a quinta no século XXI.
 
Foi, também, a segunda de Sérgio Conceição, que como jogador já tinha participado nas conquistas de 1997/98 e que se tornou a primeira figura do clube a vencer campeonato e taça na mesma época como atleta e como treinador. Ontem acompanhou mais de metade do jogo a partir da bancada, devido ao que Vítor Bruno descreveu como uma atitude excessiva da equipa de arbitragem: Não vi rigorosamente nada além de uma reacção a um cartão amarelo exagerado numa final.
 
Sobre o resto do jogo, o treinador-adjunto salientou que o FC Porto controlou, dominou e conseguiu manietar o corredor central do Benfica enquanto jogou com onze contra onze. Depois, adaptado às novas circunstâncias, soube ferir o adversário e aproveitar as bolas paradas para decidir a final a seu favor. Perante todas as adversidades, a equipa encarnou o povo do Norte, que como se sabe é nobre, leal, humilde, trabalhador e nunca vira a cara à luta.
 
Seis anos depois de ao serviço do Anderlecht ter bisado frente ao Galatasaray num jogo da Champions, Mbemba subiu várias vezes à área adversária para voltar a marcar dois golos e ser a grande figura da noite. No momento de reflectir sobre o triunfo, o central destacou a atitude do grupo – fomos profissionais, não recuámos, defendemos a nossa camisola – e referiu que todos honraram os adeptos, o presidente e o clube
 
Essa tríade está presente, também, no texto que Jorge Nuno Pinto da Costa publicou no programa oficial do encontro e que é dedicado à ausência de público nas bancadas do Municipal de Coimbra, caracterizada como uma opção política que resulta do desprezo de quem nos governa pelo futebol. Na verdade, como se ouviu na transmissão televisiva, o FC Porto contou com um apoio ruidoso nas bancadas, protagonizado pelos membros do plantel que não foram a jogo e por outros elementos da estrutura, em mais uma manifestação da união e da solidariedade que são dois dos pilares fundamentais do sucesso deste clube e que também ficaram bem evidentes no momento em que Iker Casillas se juntou a Danilo Pereira para erguer o troféu.

Para curar com mais Rennie
Se os últimos dias já tinham sido férteis em declarações patetas que só contribuem para dar mais força ao FC Porto, a própria transmissão da final e o que se passou após o jogo não fugiram a essa tendência. Uns não conseguiram esconder a azia causada pelo resultado, outros acusaram o nosso treinador de não saber perder nem saber ganhar (sabe ganhar, sabe; por isso é que ganha muito), outros até dissertaram sobre uma espécie de salvação de Jorge Nuno Pinto da Costa. É caso para dizer que vozes de Bruno não chegam ao céu.

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