05/10/07

Stepanov: «O nosso pensamento só passa pelo triunfo»


Após a estreia de ontem na UEFA Champions League, Stepanov protagonizou esta quinta-feira, também pela primeira vez, uma «super flash», traçando a antevisão do jogo frente à Académica, na qual frisou o desejo do F.C. Porto de triunfar em Coimbra e assim vincar o primeiro lugar da Liga 2007/08.
Naturalmente feliz com a vitória sobre o Besiktas, o defesa-central lembrou, no relvado do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, que o sucesso dos Dragões, tanto em Portugal como na Europa, é normal, e assegurou, entre outras ideias que desenvolvemos nos parágrafos seguintes, que a equipa não vai relaxar para o encontro da 7ª jornada do campeonato.


O F.C. Porto está a jogar bem, tanto em Portugal como na Europa, e este sucesso é normal para o clube. Já estávamos à espera de um ambiente daqueles na Turquia e sabíamos que o Besiktas tinha uma boa equipa e jogadores de qualidade, mas conseguimos fazer uma exibição que, embora talvez não tenha sido das mais vistosas, nos permitiu conquistar os três pontos.
Ainda é muito cedo para falar em conquistar a UEFA Champions League. Antes de mais, temos de nos qualificar para a próxima fase, que é, para já, o objectivo mais importante. Acredito termos boas hipóteses para marcar presença nos oitavos-de-final, mas ainda faltam quatro jogos.
Temos de pensar no próximo jogo como o mais importante e estou certo de que vamos a Coimbra para ganhar à Académica e amealhar mais três pontos no campeonato, de modo a vincarmos o primeiro lugar na Liga. Não será fácil, uma vez que todas as equipas querem vencer o F.C. Porto, mas o nosso pensamento só passa pelo triunfo. Não estou apreensivo em relação à atitude da equipa para o jogo contra a Académica, pois sei que no F.C. Porto os atletas nunca relaxam. No futebol, é normal às vezes jogar mal e ganhar três pontos ou jogar bem e perder, pelo que nunca se sabe o que pode acontecer, mas posso assegurar que, independentemente de quem joga, a equipa está sempre preparada para vencer o próximo desafio.
No início, notei algumas diferenças entre o futebol turco e o português e tive de me adaptar a esta nova realidade. Durante cerca de um mês e meio observei atentamente o sistema e percebi que em Portugal se joga um futebol mais rápido ao longo dos 90 minutos. Neste momento, penso já estar adaptado a esse ritmo.

Fonte: Site Oficial

Preparação para a 7ª jornada termina este sábado

O F.C. Porto realizou, esta sexta-feira, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, o penúltimo ensaio antes da visita à Académica, no qual apenas João Paulo e Postiga voltaram a trabalhar com limitações, desenvolvendo treino condicionado.
Os Bicampeões Nacionais concluem a preparação para a 7ª jornada da Liga 2007/08 amanhã, reunindo-se a partir das 10h00, mais uma vez no Olival, à porta fechada. Depois de terminado o apronto, será divulgada a lista de convocados para o desafio frente aos «estudantes», agendado para as 21h15 de domingo, no Estádio Cidade de Coimbra.
Fonte: Site Oficial

Besiktas-F.C. Porto, 0-1: Um estrondo de silêncio















O inferno turco durou para lá dos 90 minutos, mas, no final, a grande labareda foi azul e branca. É assim o futebol. Fora do campo não se ganha jogos, por mais ensurdecedora que a atmosfera se apresente. Os cânticos guerreiros impressionam, mas não marcam golos. Para isso, é preciso muito mais. É preciso, por exemplo, ter Quaresma, que acreditou até ao fim e vestiu a pele de justiceiro. Mas o sucesso do F.C. Porto englobou muito mais que aquele momento mágico.
Istambul está entalada entre a Europa e a Ásia, por isso é previsível que o vulcão tenha sido escutado nos dois continentes. Esse, de resto, seria o primeiro adversário dos Bicampeões, que entraram num palco em ebulição, num cenário bélico que procurava levar a equipa da casa ao sucesso e atemorizar o visitante. Com gritos, todavia, não se consegue derrubar o Dragão.
A história deste jogo tem de centrar-se naquele instante de pura crença azul e branca. Cech rompeu pela esquerda e cruzou largo, Lucho amorteceu para Quaresma e o extremo, que já tinha espicaçado o mar de chamas com momentos de requinte, rematou para o golo. O silêncio foi estrondoso. E se, de repente, o inferno se calasse para, no segundo seguinte, explodir em tons azuis e brancos?
Quaresma, já se disse, fez justiça. O F.C. Porto foi personalizado, combinou qualidade colectiva com bons desempenhos individuais, criou perigo em investidas repetidas. Especialmente na segunda parte. Nos primeiros 45 minutos predominou o equilíbrio. A equipa de Jesualdo Ferreira, mesmo assim, podia ter inaugurado o marcador, em maquinações que Tarik e Raul Meireles não conseguiram dirigir com pontaria.
Do intervalo, contudo, voltou um Dragão que teve momentos irresistíveis. Tarik, Lucho e Raul triangularam para golo, mas o esquema perdeu-se na fatalidade; Quaresma, após crença fortíssima de Lucho, falhou por pouco; Adriano, a fechar cruzamento de Cech, num lance que envolveu as novas características lançadas à discussão por Jesualdo Ferreira, merecia muito mais.
O Estádio Inonu, apesar das ameaças, não se calava. O seu Besiktas procurava sobreviver, mas não conseguia mais que espicaçar o braseiro. O fogo caseiro estava mortiço, por mais lenha que os adeptos lhe lançassem. Via-se muito F.C. Porto nas proximidades do Bósforo, mas também já não restava muito tempo para explosões. Quaresma achou que ainda chegava perfeitamente a horas. O Dragão ganhou. A sua chama não se mede em decibéis.


FICHA DO JOGO

UEFA Champions League (Grupo A - 2ª jornada)
Estádio Inonu, em Istambul
Árbitro: Pieter Vink (Holanda)
Assistentes: Adriaan Inia e Patrick Gerritsen
4º árbitro: Reinold Wiedemeijer

BESIKTAS: Hakan Arikan; Serdar Kurtulus, Gokhan Zan, Ibrahim Toraman e Ibrahim Uzulmez «cap.»; Edouard Cissé, Serdar Ozkan e Tello; Delgado; Ibrahim Akin e Bobo
Substituições: Bobo por Márcio Nobre (26m), Ibrahim Akin por Higuain (67m) e Serdar Kurtulus por Ali Tandogan (71m)
Não utilizados: Rustu, Mehmet Yozgatli, Diatta e Koray Avci
Treinador: Ertugrul Saglam

F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Lucho González «cap.» e Raul Meireles; Sektioui, Lisandro Lopez e Quaresma
Substituições: Sektioui por Cech (65m), Lisandro Lopez por Adriano (75m) e Raul Meireles por Leandro Lima (87m)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Mariano Gonzalez e Bolatti
Treinador: Jesualdo Ferreira

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Quaresma (90m)
Disciplina: Cartão amarelo a Lucho González (45m), Bruno Alves (66m) e Ali Tandogan (87m)
Fonte: Site Oficial

02/10/07

Jesualdo Ferreira: «Sabemos o que temos de fazer»


Abordagem clara e objectiva, sem direito a pensamentos dúbios ou reticências. Jesualdo Ferreira assume que o F.C. Porto conhece os métodos para derrotar o Besiktas e que a sua equipa quer repetir uma tendência de sucesso que vem da temporada passada. O www.fcporto.pt transcreve a conferência de Imprensa desta tarde, em Istambul.

Qual é a forma de ganhar num campo tradicionalmente difícil como o do Besiktas?
Temos um conhecimento bom desta equipa e sabemos também do clima que se vive neste estádio, com o apoio de um público que ama a sua equipa. Para o Besiktas este jogo tem tanta importância como para o F.C. Porto. É o segundo de seis, mas tem importância muito grande. O Besiktas conhece o F.C. Porto como nós os conhecemos. Temos o nosso plano, sabemos o que temos de fazer. Espero que o jogo corra de acordo com o plano que vamos traçar. Na linha do que temos feito na UEFA Champions League, estou convencido de que o F.C. Porto conseguirá o resultado que deseja, que é ganhar. Vamos tentar tudo para fazer um jogo que seja de acordo com as nossas perspectivas futuras e, acima de tudo, com o valor que a equipa do F.C. Porto tem.
O empate com o Liverpool altera a forma de abordar este desafio?
Essa questão faz mais sentido na quinta ou sexta jornadas, em função daquilo que for o percurso da equipa. Para nós o jogo é extremamente difícil, mas vamos abordá-lo como abordamos todos os outros na época passada. Com sentimento de vencer e impor o nosso jogo. Vamos entrar no jogo com o sentido de poder ganhá-lo. Perdemos dois pontos com o vice-campeão da Europa, uma equipa muito forte, mas temos de os conquistar rapidamente também.
Sendo certo que as competições domésticas valem o que valem, o Besiktas pode ter o orgulho ferido por ter perdido o derby com o Galatasaray. Até que ponto isto pode influenciar amanhã?
O que se passou não vai afectar a equipa do Besiktas. Tudo o que existiu nesse jogo não nos motiva nem mais nem menos. O que nos motiva é aquilo que queremos fazer. São questões que ficam foram da perspectiva que temos para este jogo. São competições diferentes. Na UEFA Champions League joga-se tudo em pouco tempo.
Como é que o F.C. Porto vai parar o jogo ofensivo anunciado pelo Besiktas?
Vai haver momentos em que o Besiktas não vai conseguir atacar, vai haver outros momentos em que o F.C. Porto terá o controlo do jogo. Seguramente. Acho que vai ser um jogo equilibrado. O F.C. Porto tem um processo ofensivo claro. Com um espírito de poder atacar sempre que o Besiktas consentir e o F.C. Porto possa entrar em zona de ataque.


Fonte: Site Oficial

"Grande dupla" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Já tinha saudades dos Marretas. A minha personagem favorita era o urso Fozzie, talvez por me identificar com o fatalismo da figura, um cómico persistente embora sem graça, mas logo a seguir na minha lista de preferências, num honroso segundo lugar "ex aequo", estavam os dois velhotes, Waldorf e Statler. Surgiam sempre lado a lado, muitas vezes de copo na mão, sentados num camarote lateral, e criticavam acintosa, quase maldosamente, todos e cada um dos "sketches" dos outros Marretas, apontando o dedo, explorando fraquezas e rindo a bandeiras despregadas, como se não fizessem, eles próprios, parte de todo o espectáculo. Pois bem, posso estar enganado, mas quase posso jurar que eram eles na primeira página de um diário desportivo, ontem. Estavam diferentes, mas o tempo pode ter esse efeito. De resto, há indícios de que podiam ser eles. Continuavam de copo na mão, a rir, a criticar e a apontar o dedo aos outros, como se não fizessem, eles próprios, parte do circo. Falavam de mudar gente no futebol, como se não tivessem sido eles, o de bigode antes, e o outro depois, a desenhar a esquadro o elenco das duas últimas direcções da Liga. Gracejavam a propósito da necessidade de credibilidade do negócio, para a qual contribuem regularmente com críticas mais ou menos desbragadas à arbitragem de acordo com o benefício ou prejuízo instantâneo dos respectivos clubes. Uns cómicos. A prova viva de que, seguindo a longa tradição de Bucha e Estica, de Tom e Jerry, e do Senhor Feliz e do Senhor Contente, as grandes duplas da comédia estão bem vivas e aos pontapés.
Poliglota
Se aprendi turco também consigo aprender português.
Stepanov, jogador do FC Porto

30/09/07

Lisandro Lopez foi o melhor em campo


Lisandro Lopez foi eleito o melhor em campo pelos espectadores presentes este sábado, no Estádio do Dragão, para assistir ao F.C. Porto-Boavista, partida que os azuis e brancos venceram por 2-0.
O avançado argentino, autor dos dois golos dos Bicampeões neste triunfo, já é o melhor marcador da Liga 2006/07, com seis remates certeiros.

6ª JORNADA: PORTO 2 BOAVISTA 0

Dois golos de Lisandro, ou simplesmente «Licha», o terror do bairro argentino de Rafael Obligado, sentenciaram um jogo especialmente farto em indícios da particular inspiração do avançado portista, que carrega consigo decisões e decretos há três jornadas consecutivas. Da quarta à sexta ronda, o sul-americano, que já havia marcado em Leiria, apontou, em regime de exclusividade, cinco dos seis golos que lhe permitem encabeçar a lista de melhores marcadores, contribuindo decisivamente para a liderança isolada dos Dragões.
Ao quarto minuto, quando o encontro passava ainda por um género vigoroso e determinado de fase experimental, e Lisandro errou as redes, com Carlos por terra e sem tempo para se recompor do voo e da queda prescritos pela precisão do livre cobrado por Quaresma, foi fácil perceber que o esboço deveria ser interpretado como um prenúncio. Mas poucos terão entendido o instante, que se esgotou em menos de dois segundos, como um sinal ou aviso absolutamente rigoroso, no desenho e no elenco.
Não foram precisos muito mais de dez minutos para que os mesmos intérpretes se reencontrassem em circunstâncias em tudo semelhantes. Novamente à esquerda, sensivelmente no mesmo local, Quaresma arranjou a bola e bateu o livre. Carlos, outra vez no chão, defendeu, mas não pôde segurar. Lisandro, de pé esquerdo, marcou, confirmando a generalidade dos vestígios «semeados» até então e uma pista em particular.
A partida, com a razoável cumplicidade do campeão, reservou então tempo e espaço à reacção axadrezada, que só ao minuto 42 assumiria a forma de remate à baliza dos Dragões. O recomeço permitiu mais uns quantos ensaios aos visitantes antes do reencontro com a lógica. E, por uma questão de coerência, foi Lisandro quem voltou a marcar, reduzindo a cinza a ténue esperança boavisteira de condicionar a missão e a estratégia portista, que momentos antes voltara a aproximar-se do golo, a cabeceamento de Lucho e num remate cruzado de Bosingwa, na conclusão de uma iluminada diligência individual a merecer melhor sorte e os aplausos do estádio.
Com a vitória assegurada e a expansão das distâncias que o separam de Benfica e Sporting, o líder soltou a genialidade de Quaresma e Leandro Lima, alimentando o espectáculo até ao último sopro da partida, a sexta consecutiva a vencer e a quarta sucessiva com golos de «Licha», o inexcedível argentino que só se autoriza a dar tréguas ao adversário por ordem expressa do árbitro.