28/07/20

Dragões Diário 28-07-2020

Faltam quatro dias para o último jogo da temporada mais longa da história do FC Porto. A final da Taça de Portugal, frente ao Benfica, realiza-se no sábado e é o horizonte do treino de hoje, que arranca às 10h30 no Olival. O objectivo para esta semana já foi assumido há muito: trabalhar o melhor possível para ganhar o encontro que falta e alcançar a dobradinha.
 
Para chegar à final de Coimbra, cidade natal do nosso treinador e a quarta a acolher um jogo decisivo da segunda competição nacional – depois de Lisboa, Oeiras e Porto –, o FC Porto teve de ultrapassar cinco eliminatórias. Esse percurso começou em Vila Nova de Gaia, frente ao Coimbrões, e terminou no Estádio do Dragão com uma vitória por 3-0 sobre o Académico de Viseu.
 
Se o objectivo para o jogo de sábado for alcançado, isso significa que o FC Porto repete o feito de 1958, quando um golo de Hernâni chegou para derrotar o Benfica na final da Taça. Tratou-se, na altura, do segundo triunfo azul e branco na prova. O primeiro, dois anos antes, também tinha resultado de dois golos do Furacão de Águeda, dessa vez num jogo contra o Torreense.

Para que fique claro
A direção de informação da SIC anunciou ontem o fim dos programas que integravam painéis de comentadores identificados como adeptos do FC Porto, do Benfica e do Sporting, alegadamente devido ao ambiente de toxicidade que se gerou em torno destes debates, supostamente agravado durante pandemia e para o qual contribuem muito os próprios clubes e as suas máquinas de comunicação. Em condições normais, o FC Porto não teria nada a dizer sobre uma decisão editorial deste género – cuja legitimidade não é colocada em causa –, mas tendo em conta a justificação avançada por Ricardo Costa, diretor de informação da SIC, cumpre esclarecer algumas coisas: o FC Porto nunca indicou qualquer comentador à SIC, nunca discutiu a seleção de comentadores com alguém da SIC, nunca instrumentalizou comentadores da SIC e nunca veiculou qualquer linha discursiva ou estratégia de comunicação através de comentadores da SIC – e o que se aplica à SIC aplica-se a todos os outros canais. A direção de informação da SIC pode e deve tomar as decisões que entender, mas é inaceitável que queira sacudir as responsabilidades sobre os conteúdos que passa em antena para quem as não tem. Além disso, o FC Porto não pode deixar de notar que se mantém inamovível a posição de um comentador desportivo da SIC, Rui Santos, que se tem notabilizado pela difusão de argumentos notoriamente racistas, conforme já foi salientado pela SOS Racismo. Isso sim, mereceria um cabal esclarecimento público, de preferência sem desculpas esfarrapadas. A não ser que para a direção de informação da SIC os discursos racistas devam ser tolerados ao ponto de não serem considerados produtores de um “ambiente de toxicidade”.

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