14/11/06

"Mística, James Mística" Crónica d'O Jogo de Alcides Freire

Já me habituei à ideia de que o James Bond nunca morrerá. Acredito mais depressa nas apocalípticas previsões de Al Gore de que um dia Badajoz terá uma praia. Podem mudar os actores, porque o Roger Moore ficou velho de mais, o Sean Connery pouco atlético para as exigências da tarefa ou então porque o Timothy Dalton e/ou George Lazenby não tinham jeito para dizer "Bond, James Bond", que isso não abalará a minha ideia de que o 007 é eterno. O mesmo acontece com a mística do FC Porto. Tenho a ideia de que, apesar de algumas certidões de óbito, ela continuará pelos anos fora. Mesmo que o Lucho continue a envergar a braçadeira, que o Paulo Assunção levante a Supertaça ou que o Jorge Costa seja adjunto do Braga, juro que continuarei convencido da existência da mística, seja lá o que isso for. O Hélder Postiga, em entrevista a O JOGO, acha que mística são as vitórias, desfazendo a ideia de que ela ressurge depois das derrotas. Mas, isso é uma opinião. Importa ressalvar que ela não corre risco de vida e que não será preciso qualquer acção hollywoodesca para a salvar. No actual plantel apenas três jogadores conhecem o FC Porto desde a formação e a esses podem juntar-se Ricardo Costa e Vieirinha. No total, apenas dois têm sido titulares (Bruno Alves e Hélder Postiga), enquanto o mais importante de todos, Vítor Baía, tem estado no banco. O que poderia ser o mesmo que ter o James Bond algemado e atirado para uma piscina repleta de tubarões pouco dados a refeições vegetarianas. Mas não é, porque se a mística não joga, pouco importa onde possa estar. Tome-se por exemplo a importância que o mesmo Postiga atribuiu à presença na equipa técnica de João Pinto e Rui Barros. E então perceberemos que mística podia até ser o outro apelido de James Bond. E que continua viva no FC Porto.

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