20/11/06

F.C. Porto-Académica, 2-1

Campeão a marcar, Quaresma a assistir
O título é dúbio, não nos custa reconhecê-lo. Pode, por isso, ser motivo de interpretações erradas e duvidosas. Daí o preâmbulo e a devida explicação: Quaresma não viu o jogo da bancada ou na televisão, nem se limitou a aplaudir o esforço dos companheiros de equipa no relvado. Mas assistiu. Por duas vezes. Primeiro à esquerda, depois à direita. Antes num rápido lance de ataque, mais tarde da marca de canto. Marcaram Postiga e Pepe, ambos de cabeça. Mesmo que por margem escassa, longe de traduzir uma disparidade óbvia, venceu o Campeão.
Entre remates, cabeceamentos, uns mais subtis do que outros, cruzamentos e ensaios de meia distância, o F.C. Porto esteve repetidamente a um ou dois passos do golo, que não conseguiria no decorrer da primeira parte. Na verdade, Lisandro López esteve a escassos centímetros de erguer os braços aos céus sem que queixas da sorte acompanhassem o gesto, quando, na mesma fracção de segundo, teve Pedro Roma no chão por duas vezes e em ambas a figura do guarda-redes travou o festejo que parecia inevitável.
Não sendo propriamente um jogo de sentido único - porque a Académica, disposta numa estrutura sagaz, soube explorar episodicamente o contra-ataque, que, apesar de veloz, se decompunha na solidez defensiva dos azuis e brancos -, o encontro disputava-se de acordo com as regras impostas pelo Campeão Nacional: progressivamente mais rápido e especialmente ameaçador para a baliza defendida por Pedro Roma.
Mas, se de tanto investimento o F.C. Porto não retirou qualquer proveito no decorrer da primeira metade, na segunda recuperou os juros da aposta marcadamente ofensiva em apenas oito minutos. Hélder Postiga apontou o seu sexto golo no campeonato, na retribuição de um cruzamento inicial para Quaresma, de quem receberia a assistência.
A cada arranque, a cada «um para um», Quaresma semeava o perigo e vincava tendências e diferenças que aproximavam os Dragões do segundo golo. Em vez disso, aconteceu o empate, da autoria de Nestor, razão de uma incredulidade espontânea quebrada em apenas nove minutos. Da marca de canto, Quaresma voltava a assistir para golo. Desta vez para Pepe cabecear colocado e sem hipóteses de defesa. Apesar do pecado da escassez, a vitória estava assegurada e a liderança isolada mantida. Um bom tónico para a delicada e gélida deslocação a Moscovo.
FICHA DO JOGO
Liga 2006/07 – 10ª jornada (18 de Novembro de 2006)
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 30.207 espectadores
Árbitro: Paulo Paraty (Porto)
Assistentes: Alfredo Braga e Alexandre Freitas4º árbitro: Manuel Nogueira
F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Cech; Lucho González «cap.», Raul Meireles e Jorginho; Ricardo Quaresma, Hélder Postiga e Lisandro López
Substituições: Jorginho por Bruno Moraes (46m), Lisandro López por Ibson (54m) e Raul Meireles por Alan (80m)
Não utilizados: Vítor Baía, Ricardo Costa, Tarik e João Paulo
Treinador: Jesualdo Ferreira
ACADÉMICA: Pedro Roma «cap.»; Nuno Luís, Litos, Kaká e Lino; Pavlovic e Roberto Brum; Filipe Teixeira; Miguel Pedro, Dame e Hélder Barbosa
Substituições: Hélder Barbosa por Nestor (55m), Roberto Brum por Sarmento (63m) e Filipe Teixeira por Paulo Sérgio (63m)
Não utilizados: Eduardo, Danilo, Vítor Vinha e Nuno Piloto
Treinador: Manuel Machado
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Hélder Postiga (53m), Nestor (76m) e Pepe (85m)
Disciplina: cartão amarelo a Pavlovic (23m), Pepe (44m) e Dame (88m)
Fonte: Site oficial

Sem comentários: