24/01/08

"A leitura política" Crónica d'O Jogo de Alcides Freire

Se a leitura política contar para alguma coisa no futebol, se for verdade que um jogo é mais do que 22 jogadores que correm atrás de uma bola, se existir mais do que a leitura dessa corrida, então o FC Porto devia ser estudado pelo Governo. Se perante o "crash" da bolsa Sócrates limita-se ao discurso dos optimistas, o FC Porto deu o exemplo de como se faz quando o Mundo ameaça desabar debaixo dos pés. Em semana de clássico e em plena fase de mercado de transferências aberto, a opinião de Quaresma fez estremecer o universo portista. Até porque houve quem lesse nas entrelinhas do desabafo do "mustang" um discurso de despedida em passo de corrida. E é aqui que o Governo podia pôr os olhinhos no FC Porto. Se for preciso leva-se cartolina e marcadores de cor para que não percam nada da explicação. Mas é simples: menos palavras e mais acção. Ou em linguagem mais política, menos promessas e mais trabalho. Não fosse a opinião de Fernando Póvoas e não haveria palavras a lamentar entre o que Quaresma disse e o anúncio - aqui pode ler-se também acção - de que o seu contrato foi ampliado e que passou a pertencer em exclusivo ao FC Porto. Percebeu, Sócrates? Acção sim, palavras não. Acrescente-se ainda o nome de Raul Meireles para que nada falhe na resposta à pergunta: como falar menos e trabalhar mais? É claro que, se o Governo não se importar e sobrarem cadeiras na sala de aulas, pode igualmente convidar-se Luís Filipe Vieira, candidato a um mestrado sobre "ciclos", onde aprenderia que um campeonato não é um ciclo vitorioso. É um campeonato isolado.

Aposta - Hélder Barbosa
Há cinema, há teatro e até uma data de exposições. Pode até recomendar-se um bom livro, um restaurante de criar água na boca. Mas, graças à ideia da Associação de Futebol do Porto, hoje há futebol. Para os portistas há também a oportunidade de ver Hélder Barbosa a jogar na Intercalar. A não perder, às 15, no Olival. E mais barato do que ir ao cinema.

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