07/03/13

Vítor Pereira: "Queremos o título nacional"

Vítor Pereira  espera um jogo difícil frente ao Estoril, que elogiou, mas diz que é uma partida para ganhar, porque o primeiro objectivo da época é o tricampeonato. E nem o empate em Alvalade retira orgulho à equipa e optimismo para a recta final da temporada.

Que tipo de abordagem se impõe frente ao Estoril?
Uma abordagem séria, de quem quer ser campeão nacional, de quem quer revalidar o título, frente a uma equipa que tem feito um excelente campeonato. Provavelmente, uma das equipas mais perigosas do nosso campeonato a sair em transições ofensivas. Bem organizada na defesa e depois com jogadores que saem com critério na transição ofensiva, obrigando-nos a estar muito concentrados no momento da perda de bola, que nos obriga a estarmos curtos, bem posicionados e estou à espera de um jogo complicado, mas um jogo para ganhar.

Estamos a entrar numa fase decisiva do campeonato, sente a equipa empenhada e comprometida com o objectivo de voltar ao primeiro lugar e consequentemente revalidar o título?
É claro que sim, independentemente do resultado do jogo em Alvalade, teríamos obrigatoriamente de ganhar o jogo com o Estoril. O Estoril é o próximo obstáculo que está entre nós e o título nacional. O título nacional foi o nosso objectivo desde o início e nada se alterou em função do último resultado. Continuamos a ter de ganhar o próximo jogo e a depender única e exclusivamente de nós próprios para garantirmos o objectivo da época. Nada se alterou com os dois pontos que perdemos. A única coisa que se alterou momentaneamente foi a perda da liderança.

Vítor Pereira disse que não se podia perder pontos, está desiludido com o resultado de Alvalade?
Quem está cá dentro está habituado a ganhar. Não viram a minha equipa com postura de quem quis empatar. Viram uma equipa que quis ter bola, que quis dominar o jogo, que quis ter iniciativa e que apenas não concretizou-se – tivesse concretizado as primeiras quatro oportunidades do jogo, que foram nossas, tudo seria diferente. Vocês viram um FC Porto dominante, agressivo, mas que no último terço não conseguiu concretizar, não conseguiu dar sequência ao nosso jogo ofensivo. Mas não viram uma perda de identidade, nós fomos o que somos sempre. Queremos ter bola, queremos dominar, queremos tirar a bola ao adversário para fazer golos. Não conseguimos fazer golos, foi o único senão. Não fiquei desiludido. Quando perdemos pontos não ficamos satisfeitos, nem eu nem a equipa, mas não desiludido.

Acha que houve relaxamento?
Eu vi a minha equipa com a mesma postura que ter tido em todos os outros jogos. Uma equipa que quer bola para fazer golos, uma equipa que é agressiva no momento da perda de bola, uma equipa que é pressionante, uma equipa que obriga os nossos adversários a jogar no seu meio-campo. Nós jogámos 90% do tempo instalados no meio-campo do Sporting. Tivemos a nossa identidade bem definida, mas não estamos satisfeitos, porque não conseguimos marcar. Não podemos relaxar num momento destes, mas há jogos em que a inspiração é maior do que noutros e há mérito do adversário a defender. O Sporting teve mérito a defender, gosto de valorizar quem tem iniciativa, quem não especula no jogo, quem não está à espera e nós fomos isso, uma equipa que quis dominar o jogo, que quis impor o seu futebol e sinto muito orgulho por a minha equipa queira impor o seu jogo e o faça.

O que achou das declarações de Fernando, que mostra insatisfação por não ser chamado à selecção do Brasil e pretender um campeonato com maior visibilidade?
O que é que eu posso dizer, respeito as opções do seleccionador brasileiro, também não quero que ele venha falar do meu trabalho, agora eu considero que o FC Porto tem jogadores com qualidade e experiência para serem seleccionados, disso eu não tenho dúvidas absolutamente nenhumas.

O empate de Alvalade pode voltar a lançar dúvidas sobre o seu trabalho...
Sinto que estamos a fazer bem o nosso trabalho, que temos uma equipa com identidade própria, uma equipa que gosta de impor o seu jogo, que gosta de atacar, gosta de tirar a iniciativa ao adversário. Esse ADN é uma patente que está registada e isso orgulha-me. Se não viemos com os três pontos foi porque o Sporting defendeu muito bem e não tivemos inspiração para fazer um golo.

A ausência de João Moutinho perturba a qualidade de jogo da equipa?
O Moutinho e o Mangala são jogadores que estão de fora, são jogadores que são importantes, como todos os do plantel. Eu acredito no colectivo e acredito em todos os jogadores do meu plantel.

Este FC Porto sem Moutinho é um carro de menor cilindrada?
Eu de carros sou zero, de futebol o que eu sei é que a minha equipa funciona pelo colectivo. É claro que cada jogador com o seu talento, acrescenta à equipa. A nossa dinâmica, o nosso trabalho é o mesmo, mas também acreditamos que o talento individual também é importante.

Há o risco frente ao Estoril de os jogadores não estarem focados no jogo e a pensar no Málaga?
Não estou minimamente preocupado com isso. Definimos internamente que o grande objectivo é a revalidação do título. Não vamos jogar com o Estoril a pensar no Málaga, vamos jogar com a equipa que neste momento nos dá mais garantias de ganhar. E o Estoril, volto a repetir, é o próximo obstáculo que está entre nós e o título nacional e nós queremos o título nacional. Desengane-se quem neste momento pensar que o título está atribuído a outro clube, porque nós estamos aqui para revalidar o título.

FC Porto e Benfica vão perder pontos até ao clássico?
O jogo dos adversários não nos preocupa, porque acreditamos no nosso trabalho e no nosso sucesso, não preciso de estar aqui a pensar no insucesso dos outros, não faz parte do nosso carácter. Não acredito que equipas que estão a lutar pela manutenção tenham menos motivação que equipas que estão a lutar pela Europa. Acredito na dificuldade de cada jogo e o nosso é já na sexta-feira, queremos apresentar-nos ao nosso melhor nível. O Estoril cria dificuldades a qualquer equipa, bem organizado, com qualidade individual e colectiva.

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