18/11/09

"Porta aberta" - Crónica d'O Jogo de Hugo Sousa

Omã serviu apenas para o Brasil desenferrujar, devagarinho. Neste contexto de desinteresse natural, num amigável que não contava para nada, seria sempre difícil a Hulk ganhar grande protagonismo, sobretudo tendo sido lançado na parte do jogo em que Dunga apostou nos estreantes. Estes, evidentemente, tinham mais o que fazer do que apontar holofotes a outros quando eles próprios não têm lugar garantido. É a lei da sobrevivência numa selva de opções que o Brasil cultiva em cada esquina. Aparentemente, Hulk percebeu esse jogo do cada um por si, e até esteve perto de o ganhar quando apostou naquilo que vai irritando muita gente por cá: disparou sozinho para a baliza como uma flecha. Não deu golo, e isso é capaz de dar argumentos aos tais que se irritam, mas percebeu-se que Dunga gostou; também não chegou para manchestes no Brasil, mas garantiu-lhe, pelo menos, umas linhas em nome próprio. Agora que o mais difícil está feito, que abriu a primeira porta, cabe-lhe continuar a forçar a entrada com um rendimento que não passe despercebido no FC Porto, já com uma atenção diferente do outro lado do Atlântico. Talvez Kaká lhe possa servir de inspiração: ontem, o médio lembrou que só entrou nos planos de Scolari, no Mundial de 2002, por causa de seis meses de rendimento fantástico antes das escolhas. Não dava para ignorar.

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