Não é novidade, mas há mais um milhão de motivos para reforçar a ideia: Adriaanse é bem capaz ter sido um dos mais rentáveis treinadores de sempre no FC Porto. Descontando o apuramento para os oitavos da Champions, que falhou, foi sempre a somar. Vejamos: fez a transição na baliza, que se adivinhava delicada pelo estatuto de Vítor Baía; lançou as sementes de Bosingwa a lateral; fez de Pepe uma fortaleza defensiva; apostou num Raul Meireles que estava interrogado no plantel; consolidou Paulo Assunção e, cereja das cerejas, conseguiu domar a irreverência de Quaresma. Ainda ganhou campeonato e Taça. Haverá sempre quem lembre que desbaratou Diego ou aconselhou Sonkaya, entre outras loucuras. Porque, claro, havia aquele pequeno detalhe de ter o coração perto da boca, contrastando com a postura discreta que FC Porto não dispensa. Mas, repare-se, até nisso houve lucro: foi graças a esse feitio que decidiu bater com a porta. Antes do tempo, o que lhe custou quase um milhão de euros.
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