25/07/07

"O reforço que inquieta" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Os adeptos do FC Porto estão apreensivos com os reforços e nenhum conforto colheram do último jogo. Pelo contrário, o que sucedeu no sábado inflamou a perturbação. Constatar que, apesar do transtorno da equipa, Jesualdo ainda dispõe de dez dos onze titulares que foram campeões consola pouco, embora seja uma espécie de consolo mínimo, porque é garantido que o reforço em causa, aquele que de facto inquieta e mais desconfiança gera, não chegará a jogar um minuto que seja pelo FC Porto em 2007/08. Parece grave, mas preocupante a sério é o que já se conjectura que fará enquanto não estiver a jogar de azul e branco. Porque não há dúvida de que é esse género de reforço: o género que, de vez em quando, se calhar nos momentos menos próprios, há-de alinhar pelos de cor de rosa. Admitamos: mais do que eventuais receios de que Bolatti, Mariano, Leandro Lima, Stepanov ou Farías não cheguem, esta pré-época tem pesado mais, lá no fundo da consciência, a suspeita de que Cardozo possa sobrar. Outros antes dele ameaçaram tiranizar o campeonato, alguns até conseguiram. Não é assim tão descabido. Mas, salvaguardada a hipótese sempre plausível nas pré-épocas de que nem tudo o que agora parece venha a ser, aqui fica um comprimido de paracetamol para aguentar as dores de cabeça até lá sem dar cabo do estômago: em 2006/07, O Newell’s Old Boys acabou o Torneio Apertura no penúltimo lugar e o Clausura em 14º. Era giro acabar com uma frase do tipo “as equipas importam mais do que os jogadores”, mas dado que eu não acredito nisso nem no contrário, fico-me por outra: não há heróis e, se houvesse, Quaresma continuaria a ser candidato.
GEOMETRIA: Falta o não só
Em 2006/07, o campeonato foi fácil de dividir: o físico para o Benfica, a habilidade para o Sporting, o equilíbrio entre os dois para o FC Porto. A favor desta leitura está o facto de que tanto a crítica como até os clubes invejaram abertamente, e com frequência, o equilíbrio do FC Porto. O novo plantel sugere que, enquanto isso durava, também o FC Porto invejava. O cabedal do Benfica, pelo menos, mas não só. O cabedal já mostrou; o não só é o desafio para o resto da pré-temporada.

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