18/08/15

Sobrevivência

Houve ainda um penalti a nosso favor que não foram capazes de apitar, afirmou o treinador Fabiano Soares, após o final do jogo Benfica-Estoril. O árbitro apita facilmente a favor do Benfica, secundou o defesa Yohan Tavares. Estas duas frases ilustram uma arbitragem infeliz do árbitro Tiago Martins, mas quem tem de se sentir envergonhado por logo na primeira jornada da Liga haver treinadores e jogadores a destapar a careca da arbitragem é Vítor Pereira.
Os erros de arbitragem vão existir sempre e têm de se aceitar como fazendo parte do jogo. Quando são normais acabam por ficar distribuídos por todos os competidores, mas não é isso que se vê no futebol português. O que não pode existir é esta pressão colocada nos juízes que não os defende e os leva a ter desempenhos muito abaixo do que sabem, que só protege os interesses do presidente do Conselho de Arbitragem e até põe em causa a própria carreira. É por isso que Tiago Martins e muitos outros são também vítimas.
Tiago Martins, recorde-se, é um dos dois árbitros promovidos por Vítor Pereira na época passada a internacional sem nunca antes ter apitado um jogo dos grandes clubes, sem ter experiência dos grandes ambientes, sem fazer o percurso normal, de ir escalando degraus à medida que mostra competência – o outro é Fábio Veríssimo, que esteve sábado no Dragão. Vítor Pereira quer fazer árbitros à pressa, não para defender o futebol, não para defender os árbitros, mas para se defender a si próprio.
As nomeações para os jogos de estreia dos dois primeiros classificados do último campeonato seriam apenas insensatas se não fossem um padrão com demasiada interferência no normal desenrolar da competição. Vítor Pereira não pode deixar de ter noção que está a mais no futebol, que a maioria dos clubes não confia no seu trabalho, precisamente por não ser isento e que por isso até estavam dispostos a todos os riscos do sorteio. Como um náufrago, agarra-se ao polvo federativo e aos seus tentáculos, Pereira paga a sobrevivência com subserviência.
Os três assumidos candidatos ao título ganharam os seus jogos de estreia no campeonato, mas as vitórias não foram iguais e se houve candidatos com decisões simpáticas da arbitragem certamente não foi o FC Porto. Para que conste.

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