14/06/07

"Baía" Crónica d'O Jogo de Alcides Freire

Querem saber qual é a primeira consequência do anúncio oficial da fim da carreira do Vítor Baía? Não vale responder incluindo Quaresma na explicação. A resposta de 20 valores é: adivinham-se tempos complicados para os que têm menos jeito para a bola, mas são "ferrinhos" na futebolada semanal. Num género de regresso ao passado, aquele anterior a 1988, é quase certo que os menos dotados voltem a estar condenados e limitados ao papel de guarda-redes, pelo menos enquanto os mais dotados não estiverem realmente cansados de tentar imitar o Quaresma. Sem o Vítor Baía em campo deixa de fazer sentido ir para a baliza e gritar, bola encaixada ao corpo com um mão, enquanto se manda a equipar subir no sintético,"fiz uma defesa à Baía". Deixa de haver um modelo para imitar como aconteceu até ontem. Até porque o melhor é repetir o que o ídolo fez uma semana antes. Baía deixa o banco, mas fica a memória. Ou alguém acredita que depois de fintar metade dos adversários alguém comenta, com ar presunçoso, que fez um golo como o Messi? O mais certo é que lhe gritem "à Maradona, ó convencido", porque Diego era o maior de todos. Daqui em diante, Helton e quem lhe seguir, fará uma defesa como o Baía, da mesma forma que o Baía "fez lembrar o Mly neste voo" e "agarrou a bola como o Américo". Os craques perduram, mas para mal dos menos dotados, também a carreira do craques tem um final.

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