03/05/07

"Lesões" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Até pode haver alguns males que vêm por bem, mas a maior parte vem mesmo por mal. Está-lhes no sangue. É mais forte do que eles. São males e os males são assim, mal intencionados. Esta temporada, houve uma data de males que vieram por mal para o FC Porto. Começaram a chegar ainda durante a pré-temporada, com as lesões graves de Pedro Emanuel e João Paulo. E continuaram a chegar, regularmente, ao ritmo de pelo menos uma lesão grave por mês e quase todas traumáticas. Foi traumática a forma como Tixier partiu o maxilar a Quaresma, foi ainda mais traumática a forma como Katsouranis partiu o perónio a Anderson, e foram igualmente traumáticas as lesões de Paulo Assunção e Ibson e Pepe e todas juntas tiveram efeitos traumáticos e traumatizantes na equipa que, à 28ª jornada, Jesualdo Ferreira ainda não conseguiu repetir em dois jogos consecutivos. O Benfica está a passar por algo igualmente traumatizante nesta ponta final da temporada. Depois de terem sobrevivido à ausência de Rui Costa durante a maior parte do campeonato e à intermitência de Miccoli durante uma fase significativa da época, têm que passar as últimas jornadas sem Simão Sabrosa, Luisão e Nuno Gomes, embora no caso deste último alguns amigos benfiquistas me tenham dito que esse é um nítido caso de um mal que vem por bem. Seja como for, a história deste campeonato está cheia de males que vieram por mal para o FC Porto e para o Benfica. Em contrapartida, o Sporting tem escapado por entre as gotas da chuva. Com um plantel assumidamente mais curto que o dos adversários, Paulo Bento teve a felicidade de não ser apanhado pela onda de lesões que ameaça afogar os rivais. Se tivesse sido, teria muito menos opções a que recorrer. Mas não foi. E talvez isso também seja parte da explicação para as diferenças de rendimento dos três grandes nesta ponta final da temporada.
Safou-se Simão Sabrosa
A propósito de males que vêm por bem, a recente operação a que Simão Sabrosa foi submetido acabou por confirmar aquilo que já toda a gente suspeitava: que o extremo conseguiria chegar ao final da temporada sem ver o quinto cartão amarelo que lhe teria custado a suspensão por um jogo. Conseguiu resistir desde o início de Dezembro até Maio. Seis meses de futebol sem cometer uma falta que lhe valesse um amarelo. É obra, senhores árbitros.

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