25/06/08

"Definição de reforço" Crónica d'O Jogo de Hugo Sousa

É improvável que Bosingwa e Paulo Assunção sejam as únicas baixas no núcleo duro de Jesualdo, mas esses dois exemplos chegam para antecipar uma certeza: esta época, a definição de reforço é capaz de mudar. Bem sei que no ano passado, por esta altura, desconfiava-se do mesmo devido às saídas de Anderson e Pepe. Sobretudo este. A coisa acabou por compor-se com soluções internas, permitindo a Jesualdo ganhar fôlego para desvalorizar o peso dos reforços e atenuar reticências que se levantaram sobre algumas das apostas. Desta vez, duvido que o processo seja assim tão pacífico: as saídas de Bosingwa e Paulo Assunção sugerem um ataque sério a mecanismos que estavam interiorizados, obrigando a uma reaprendizagem. Não se encontram bons laterais aos pontapés e muito menos Bosingwas; Assunção tinha um papel-chave no equilíbrio do meio, onde assentava a dinâmica do FC Porto. Desfaz-se o triângulo Assunção-Lucho-Meireles e ficam a faltar os desequilíbrios de Bosingwa pela direita. Mesmo que Fucile os disfarce, Jesualdo terá de encontrar uma solução convincente à esquerda, eterno problema desde a saída de Nuno Valente. Será Benítez? Lino reciclado?
Do meio para a frente, o "puzzle" passa a contar com Tomás Costa e Rodríguez, que, juntos, representam um investimento de dez milhões de euros. Rodríguez engole a fatia mais generosa desse orçamento e carrega responsabilidades principais. Farías andou o ano todo vergado ao peso de quatro milhões e o uruguaio terá de libertar-se rapidamente desse rótulo. A única maneira de tornar o preço num acessório é rendendo em campo. Para render, tem de jogar. Um encadeamento lógico que, ainda assim, pressupõe a tal definição nova no FC Porto: um reforço que joga.

Ricos exemplos
Tomy olhava sempre para Simeone, Riquelme e Lucho para os copiar.
Raúl Costa, pai de Tomás Costa

Sem comentários: