23/08/07

"Selecções" Crónica d'O Jogo de Jorge Maia

Talvez tenha sido a qualidade nebulosa da transmissão, ou a textura irregular do relvado, ou as dificuldades sentidas pela Selecção Nacional frente a uma equipa que ocupa a 81ª posição no ranking da FIFA, 71 lugares atrás de Portugal, mas ontem dei por mim a ver o Arménia-Portugal e a pensar que estava sintonizado na RTP Memória, a ver um daqueles jogos do final da década de 70, início da década de 80, quando conseguíamos perder contra qualquer equipa. Ou empatar, quando corria melhor. Ora, ontem Portugal empatou, mas o jogo esteve longe de correr bem e o resultado deixa a Selecção numa situação complicada. Mais ainda porque parece cada vez mais evidente que Luiz Felipe Scolari é incapaz de encontrar alternativas válidas quando não dispõe de soluções óbvias. No Euro'2004 foi fácil. Quando esgotou a margem de erro, logo no primeiro jogo que disputou a sério, com uma derrota frente à Grécia, bastou-lhe fazer o que meio mundo lhe exigia há mais de um ano e que parecia evidente para toda a gente menos para ele: aproveitar o trabalho realizado por José Mourinho no FC Porto campeão europeu, bicampeão nacional e vencedor da Taça UEFA. A entrada na equipa de Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche e Deco forneceu uma verdadeira coluna dorsal à Selecção Nacional, capaz de suportar os excessos de Figo, de municiar os desperdícios de Pauleta e até de aceitar algumas experiências nas restantes posições. Enquanto se pôde apoiar nesse núcleo, a Selecção prosperou e Scolari com ela. Os problemas começaram quando a coluna vergou. Nuno Valente, Maniche e Costinha perderam ritmo e espaço na Selecção e nenhum dos três grandes clubes portugueses conseguiu até agora fornecer uma alternativa àquele meio-campo instantâneo do FC Porto campeão europeu construído por José Mourinho. Sem uma base de trabalho pronta a usar, Scolari ficou entregue a si próprio. E os resultados estão à vista.
Extremos
Quaresma é brilhante, mas o Lisandro tem a mesma importância na equipa, sobretudo pela forma como desgasta as defesas adversárias.
Nélson, guarda-redes do Estrela da Amadora

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